Ora, alguém perguntou:
“Por que a Morte é boa
Aqui na Terra pra vida
Sim de muitas pessoas?
O que lhe responder
Dentro da realidade,
Sem magoar o coração
De quem tem amizade
Para com as pessoas?
Ora, simplesmente só
Isso: Ouvia de minha
Mãe Dedé o melhor:
“Aqui morre o cavalo
Para o bem do urubu.”
Ora, eu nasci e cresci
Na terra de Pindobaçu,
Que fica sim na Bahia.
E hoje em dia, ditoso
Eu relato como Poeta
Para esse bom povo:
A gente nasce criança,
Torna-se adolescente,
Jovem, fica sim adulto
E velho, após a gente
Já ter trabalhado sim,
Feito um louco para
Conseguir a riqueza
Que acho coisa rara,
Neste vasto Planeta.
Daí então, a gente
Fenece e nada leva.
Eu sendo demente,
Vejo que tudo que
A gente faz na Terra,
Sobretudo no meu
Amado pé de serra,
Não passa de tédio
E duma mera ilusão.
Por que, ó Querino?
Porque nosso Caixão
Não terá não, gaveta.
Daí a gente tudo aqui
Deixa numa boa sim,
Como não pode ouvir,
Ver, falar, cheirar nem
Fazer mais nada,
A viúva ou viúvo bota
Alguém na sua casa
Para ficar contente
Se balançando sim,
Numa boa rede até
Chegar o seu fim.
Ora, se essa pessoa
Que partiu e deixou
A riqueza adquirida
Até contra ao Senhor,
Por ser sim, roubada
Ou atropelando sim
Os outros menos
Esclarecidos, ruim
Acharia ao ver o seu
Substituto tomando
A cervejinha na boa
No cantinho baiano
Ou em outro lugar
Deste Planeta Terra.
Ora, eu já imagino
No meu pé de serra:
O cara que não fez
Nada, e agora, já está
Fruindo do melhor,
E começa a cantar:
“Pra que trabalhar,
Dando um duro sim,
Se esse besta já fez
Tudo isso para mim?
Passou até da hora
De comer e beber,
Para juntar riqueza
Sim, e depois morrer,
Sem levar nada não?
Agora eu assim digo:
Fiquei com a riqueza
E a Varoa do falecido!
Sorte é para quem
Tem aqui na Terra,
Mormente no meu
Amado pé de serra
Titulado Bananeiras,
Onde nunca trabalhei
Feito louco para ter
Algo, e hoje ganheiii!”
Eu, Mário Querino,
Trabalho por gostar,
E jamais pensando
Em eu rico aqui ficar,
Embora, eu já tenho
Quase 63 anos, seria
Uma burrice minha
Na Chácara Santa Maria,
Se eu pensasse sim,
Em ficar milionário,
Num Planeta que já
Exibe ao Poeta Mário
Uma banal vivência.
Ora, a vida sempre
Foi assim, e o povo
Até hoje, inocente
Vive neste Planeta
Intitulado Terra,
Principalmente aqui
No meu pé de serra
Onde eu sempre lido,
Contudo, já sabendo
Que alguém fruirá
Depois de eu falecido.
Mas eu acho melhor
Trabalhar para ter,
Do que mendigando
Neste Mundo viver.
Agora, é bom saber
Que, não terá não,
Nenhuma gaveta
O esperado Caixão.
Ora, é melhor fazer
O bem aqui na Terra,
Sobretudo no meu
Amado pé de serra,
Enquanto for vivo,
Pois assim, ao partir
Vai bem consciente
Do legado que aqui
Deixou, não importa
Quem vai desfrutar,
O mais interessante
E morrer e o nome ficar
Na memória do povo
Que muitos anos
Ainda vai viver sim
No cantinho baiano
Ou em outro lugar.
Então, vamos sim,
Trabalhar com amor
Hoje e até o fim.
Mário Querino – Poeta de Deus