sexta-feira, 2 de março de 2012

NA CASA DE DEDÊ, AMIGO DO POETA


Distrito de Bananeiras - Terra do  Poeta Mário Querino 02/03/2012



Quando eu era adolescente
Meu pai era bem sucedido,
Então, matriculou a gente
Na Escola de bons amigos.


Como numa Escola existe
As boas tarefas coletivas,
Formei uma boa equipe
Com os amigos e amigas.


Então fui fazer o trabalho
Na casa de meu colega,
A boa conversa no atalho
Nenhum amigo renega.


Mas ao chegar à residência,
Fomos realmente rejeitados
Porque na consciência
Dos donos, eram coitados.


Então eu falei com prazer:
Eu não tenho nada na vida,
Só tenho seu filho Dedê,
Como a pessoa mais amiga.


Eu vejo que a sua casa
É de taipa, e sem piso,
Sem reboco e sem nada,
Mas Dedê é o meu amigo.


Jamais fique com receio
Por ser assim tão pobre,
Tudo que tenho é alheio,
O meu pai que é nobre.


Quem sabe um dia vocês,
Também serão bem de vida,
E voltarei aqui outra vez
Como uma pessoa amiga!


Então responderam assim:
“Que nada, não teremos nada,
Seremos pobres até ao fim!
Onde teremos casa arrumada?”


Já passado um bom tempo,
Eu me casei e gerei filhos,
Que têm o meu procedimento,
De seguir por bons trilhos.


Quando eles já na Escola,
A professora passou a tarefa.
Então, combinaram dia e hora
Na casa de Dedê, amigo do Poeta,


Que já tinha crescido na vida,
Já tinha riqueza de sobra.
Mas a tarefa não foi concluída,
A mãe de Dedê virou uma cobra,


Dizendo assim para a neta:
“Eu não quero este povo aqui,
Quem quiser fazer suas tarefas,
Procure um lugar para ir.


Não estamos prontos pra isso,
Pagar empregada para arrumar
A casa com tanto sacrifício,
E este povo vir bagunçar?”


Como o Senhor vai entender?
A mãe de Dedê, por ser pobre,
Tinha vergonha de receber
As pessoas que eram nobres.


Agora, que já vive muito rica,
Não recebe os colegas da neta,
Porque acha que bagunça fica
Ao terminar a sua boa tarefa.




Poeta Mário Querino 


Mário Querino – Poeta de Deus

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