Numa cidade havia
Um cara conversador,
E todos dali já diziam:
“Nunca se controlou?”
Como para tudo tem
Tempo determinado,
O cara decidiu parar,
E então ficou calado.
Sucedido um tempo,
Obviamente 3 meses,
Sem haver comentos.
Já diziam: “O que fez
Ele para não falar?
Calado, está doente,
Que não possa falar?
Falava alegremente,
Por que calou agora?”
Daí alguém que fazia
Zombaria toda hora
Do que o cara dizia,
Se direcionou e disse:
“Ei, vamos conversar
Com prazer e ledice,
Nunca mais pude falar
Nada contigo, ó cara!”
O cara objetou: “Não
Quero, a gente fala
Com a alma e coração,
Acha que sou falador,
E falador diz besteira.
Por isso calado estou
Aqui em Bananeiras.
Queria conversação?
Sou a pessoa errada,
Porque vivo no sertão
Sem falar mais nada.
Eu parei, pensei e vi
Que não auferia nada,
A não ser, ver você rir
Da minha fala agitada.
Pra você não ironizar
Da minha cara, ó cara,
Quando estou a falar,
É melhor sem essa fala
Que agora já controlo.”
O cara parou, pensou
E disse: “Certo, até logo,
Me controlar eu vou.”
Daí o cara empurrou
Com uma das mãos,
E disse: “Vá, gozador,
Não há conversação,
Já queria dar risadas?
Procure o lugar certo,
Sou gente controlada,
Feliz está o intelecto.”
Mário Querino – Poeta de
Deus
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| Mário Querino 12/04/2020 |
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