Às vezes eu achava
Que não deveria não,
Derramar lágrimas
Perante ao caixão.
Mas hoje, eu pensei:
Eu devo chorar sim,
Pois ainda morrerei
E chorarão por mim.
Entoar lamentação
Como cara que sofre
Fortemente no chão,
E sabe que a Morte
Separará pra sempre.
Eu devo enterrar sim,
O cadáver de gente
Por jeito, e até o fim
Cuidar do túmulo.
Chorarei bastante
E seguirei o rumo
Com o luto perante
O recato do morto
De 1 ou 2 dias sim,
Pra evitar os outros
Falarem sobre mim.
O lenitivo do Senhor
Que fez céus, terra
E tudo com amor,
E eu no pé de serra.
Da dor vem a Morte,
A tristeza do coração
Fere a vida. Sê forte
E bravo na situação
É a melhor coisa sim,
Que Deus dá a todos,
Principalmente a mim
Que fui muito doido.
Também na desgraça
A tristeza permanece,
A vida perde a graça
Quando se esquece
Que deve continuar
Com as atividades.
Pois o morto já está
Fruindo da eternidade.
Ora, não me esqueço
Da Morte, não há não,
Retorno. Eu mereço
Saber de algo no Chão,
Não serei útil ao morto,
E acabarei me lesando,
Se eu não ter conforto
Neste cantinho baiano.
“Meu destino também
Será o seu. Eu ontem
E você hoje.” Todos vêm
Ao pouso. O horizonte
Brilha, se lembrar vem
Me consolar sim, com
A partida de alguém,
Isto pra gente é bom.
Minha mãe dizia sim:
“Chorar faz bem à vida.”
Por isso devo chorar
Ao lado de D. Marisa,
Mulher que me fez,
Faz e fará muito bem.
Então, mais uma vez
Eu já choro também.
Mário Querino – Poeta de Deus
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