sábado, 11 de novembro de 2023

NÃO É PECADO ALMEJAR, SÓ NÃO DEVE POSSUIR SEM TRABALHAR

 

  

 

Mário Querino 11/11/2023

Eu observando a vida

Que me leva na Terra,

Mormente no Distrito,

Meu bom pé de serra,

 

Pude então perceber

Que eu nunca terei

O que eu mais almejo

E sempre eu procurei

 

Possuir nesta vida,

Que me leva ditoso

Com D. Marisa e com

O povo maravilhoso,

 

Sobretudo com Deus.

Então, alguém pode

Até inquirir: “Se vive

Com seu Deus nobre,

 

Por que Ele não dar

O que você deseja?”

Ora, o que redarguir

Para que alguém veja

 

Que tenho vontade,

Porém, não mereço

Por causa da soberba

Que trago de berço?

 

Só isso: “Não me dês

Nem riqueza nem

Pobreza. Concede-me

Apenas meu pedaço

 

De pão; pois saciado,

Eu poderia te renegar,

Dizendo: ‘Quem é javé?’

Ou então, na miséria,

 

Chegaria a roubar

E profanar o nome

Do meu Deus.”

Ora, por ser homem,

 

Eu somente desejo,

Mas também tudo

Isso na Terra já noto,

E faço bom estudo.

 

De que vale possuir

Tudo o que o meu

Coração aqui deseja, 

E para mim Deus

 

Dizer: “Insensato!

Nesta noite, sua vida

Será pedida de volta.

E as coisas que você

 

Preparou, de quem

Serão?” Ora. “Assim

 Acontece com quem

Ajunta tesouro para

 

Si, e não é rico para

Deus.” Por isso eu

Tenho muito almejo,

Mas o Senhor Deus

 

Vê melhor eu assim.

Por que, ó Querino?

Porque sou Homem

E o nosso Pai Divino

 

Sabe muito bem sim,

Que o ser humano

Não pode ter poder,

Pois traz um engano

 

Desde sua formação,

Pois, depois de feito,

O seu próprio Criador

Ficou sim insatisfeito,

 

A pondo dum Profeta

Dizer: “Assim diz Javé:

‘Maldito o homem que

Confia no homem

 

E que busca apoio

Na carne, e cujo

Coração se afasta

De javé. Será como

 

A árvore solitária

No deserto, que não

Chega a ver a chuva’.”

Por isso meu irmão,

 

Eu tive, tenho e terei

Almejo nesta vida,

Ao lado desta Mulher

Intitulada D. Marisa,

 

Contudo, Deus sonda

O meu coração e vê

Que eu não mereço

Nesta Terra o poder.

 

Agora, o que eu fazer?

Simplesmente só isso:

Viver conformado

Aqui no meu Distrito,

 

Fazendo o bem sim,

Ainda não tendo vida

Com bens materiais

Ao lado de D. Marisa.

 

Hoje, inquiro assim:

Se eu fosse milionário,

Com a vida que leva

O corpo? “Ora, Mário,

 

Seria mais complexa,

Pois diria: ‘Para que

Tantos pães e agora,

Eu não poder comer?

 

Para que serviria sim,

Um guarda-roupa  

Repleto de paletós,

E ter a mente louca?

 

De que vale calçados

Caríssimos e ter pés

Sem darem passos

Aonde você quiser?

 

Para que tanta água

De boas qualidades,

E não poder tomar

Um copo à vontade?

 

Para que uma fazenda

Cheia de gado e não

Comer carne assada

Com farinha no sertão?

 

Para que serviria casa

De luxo e morar sim

Em um Hospital onde

Já espera o meu fim?’

 

Então, que Deus dê

Ao seu velho corpo,

A alma e o espírito

Que deem conforto

 

Ao lado desta Mulher

Que ama a sua vida

Do jeito que você é.”

Então, para D. Marisa,

 

Faço o que eu posso,

E acredito que a vida

Me deixa mais ditoso

Assim com D. Marisa.

 

Mas não sou contra

Quem ama a riqueza,

Se tem dom de rico,

Se saia da pobreza,

 

Pois assim você vai

Ajudar muita gente

Dando emprego sim,

E Deus fica contente.

 

Como eu não tenho

Dom de milionário,

Peço ao Senhor Deus

Que dê o necessário

 

Para eu manter sim,

O resto desta vida

Que dela eu preciso  

Ao lado de D. Marisa.

 

Mário Querino – Poeta de Deus

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