Eu observando a vida
Que me leva na Terra,
Mormente no Distrito,
Meu bom pé de serra,
Pude então perceber
Que eu nunca terei
O que eu mais almejo
E sempre eu procurei
Possuir nesta vida,
Que me leva ditoso
Com D. Marisa e com
O povo maravilhoso,
Sobretudo com Deus.
Então, alguém pode
Até inquirir: “Se vive
Com seu Deus nobre,
Por que Ele não dar
O que você deseja?”
Ora, o que redarguir
Para que alguém veja
Que tenho vontade,
Porém, não mereço
Por causa da soberba
Que trago de berço?
Só isso: “Não me dês
Nem riqueza nem
Pobreza. Concede-me
Apenas meu pedaço
De pão; pois saciado,
Eu poderia te renegar,
Dizendo: ‘Quem é javé?’
Ou então, na miséria,
Chegaria a roubar
E profanar o nome
Do meu Deus.”
Ora, por ser homem,
Eu somente desejo,
Mas também tudo
Isso na Terra já noto,
E faço bom estudo.
De que vale possuir
Tudo o que o meu
Coração aqui deseja,
E para mim Deus
Dizer: “Insensato!
Nesta noite, sua vida
Será pedida de volta.
E as coisas que você
Preparou, de quem
Serão?” Ora. “Assim
Acontece com quem
Ajunta tesouro para
Si, e não é rico para
Deus.” Por isso eu
Tenho muito almejo,
Mas o Senhor Deus
Vê melhor eu assim.
Por que, ó Querino?
Porque sou Homem
E o nosso Pai Divino
Sabe muito bem sim,
Que o ser humano
Não pode ter poder,
Pois traz um engano
Desde sua formação,
Pois, depois de feito,
O seu próprio Criador
Ficou sim insatisfeito,
A pondo dum Profeta
Dizer: “Assim diz Javé:
‘Maldito o homem que
Confia no homem
E que busca apoio
Na carne, e cujo
Coração se afasta
De javé. Será como
A árvore solitária
No deserto, que não
Chega a ver a chuva’.”
Por isso meu irmão,
Eu tive, tenho e terei
Almejo nesta vida,
Ao lado desta Mulher
Intitulada D. Marisa,
Contudo, Deus sonda
O meu coração e vê
Que eu não mereço
Nesta Terra o poder.
Agora, o que eu fazer?
Simplesmente só isso:
Viver conformado
Aqui no meu Distrito,
Fazendo o bem sim,
Ainda não tendo vida
Com bens materiais
Ao lado de D. Marisa.
Hoje, inquiro assim:
Se eu fosse milionário,
Com a vida que leva
O corpo? “Ora, Mário,
Seria mais complexa,
Pois diria: ‘Para que
Tantos pães e agora,
Eu não poder comer?
Para que serviria sim,
Um guarda-roupa
Repleto de paletós,
E ter a mente louca?
De que vale calçados
Caríssimos e ter pés
Sem darem passos
Aonde você quiser?
Para que tanta água
De boas qualidades,
E não poder tomar
Um copo à vontade?
Para que uma fazenda
Cheia de gado e não
Comer carne assada
Com farinha no sertão?
Para que serviria casa
De luxo e morar sim
Em um Hospital onde
Já espera o meu fim?’
Então, que Deus dê
Ao seu velho corpo,
A alma e o espírito
Que deem conforto
Ao lado desta Mulher
Que ama a sua vida
Do jeito que você é.”
Então, para D. Marisa,
Faço o que eu posso,
E acredito que a vida
Me deixa mais ditoso
Assim com D. Marisa.
Mas não sou contra
Quem ama a riqueza,
Se tem dom de rico,
Se saia da pobreza,
Pois assim você vai
Ajudar muita gente
Dando emprego sim,
E Deus fica contente.
Como eu não tenho
Dom de milionário,
Peço ao Senhor Deus
Que dê o necessário
Para eu manter sim,
O resto desta vida
Que dela eu preciso
Ao lado de D. Marisa.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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