Ora, depois dum árduo
Labor, dormi um pouco
Para então, descansar
Sim o meu velho corpo.
Daí eu peguei no sono
E comecei a sonhar sim,
Sobre algo que eu acho
Bastante triste e ruim.
Então, eu sonhei assim:
Meu velho corpo tinha
Morrido e num caixão
Botado, e a alma minha
Seguia atrás do caixão
Que ia levado na boa,
Sem dúvida, eu seguia
Feliz entre as pessoas
Que iam nesse cortejo.
E sem nenhum medo
Eu seguia meu caixão
Intuindo esse segredo
Que até hoje ninguém
Ainda pôde esclarecer
Como é a vida depois
Que a gente morrer.
Mas em sonho pude
Então entender bem,
Que o corpo vai virar
Pó, mas a alma já tem
O lugar determinado
Por Deus para ficar.
Enquanto o corpo fica
Sem se desmanchar,
O espírito ainda pode
Voltar ao corpo e viver
Mais um bom tempo,
Isso afirmo com saber.
Pois quando o espírito
Sai de um corpo,
Ele fica ali em volta
Fazendo um esforço
Pra voltar novamente
Ao corpo que deixou.
Como assim, Querino?
Um exemplo eu dou:
Quando Lázaro estava
Morto no mausoléu,
Após 4 dias chegou
Jesus e olhou pro Céu
E mandou Lázaro sair.
Daí então, Lázaro saiu
Na boa e ficou entre
O povo que dor sentiu
Com a morte de Lázaro.
Ora, se o espírito não
Estivesse ali pertinho,
Incidiria a ressurreição?
Então o meu sonho é
Uma forma de eu ficar
Sabendo como vai ser
A minha vida em lugar
Desconhecido sim,
Por gente da Terra,
Mormente do meu
Amado pé de serra
Titulado Bananeiras
Onde eu nasci, cresci
E um dia eu morrerei
E verei o que eu já vi
Durante meu sonho.
Por que o corpo para
E os médicos acham
Que morreu? Ó cara,
É porque o espírito
Sai do corpo e fica
Ali ao lado querendo
Voltar de posse lícita
Para regressar antes
De o corpo ser no Chão
Sepultado dentro
De um triste caixão.
Mas se a parada for
Longa, o espírito não
Tem como regressar
Para tirar do caixão
Esse corpo que ficou
Sem o espírito por
Um tempo, e o povo
Apressado enterrou.
Ora, quando eu era
Moço, mãe dizia:
“Só se deve enterrar
Morto, após um dia
Que ele morreu sim.”
É óbvio, não entedia
O que a minha mãe
Para mim isso dizia.
Mas com o tempo,
Eu fiquei sabendo
Que muita gente foi
Sepultada sim, sendo
Ainda viva no Planeta
Intitulado Terra,
E aqui em Bananeiras,
Meu bom pé de serra,
Não é diferente não,
Pois antes não existia
UTI para assegurar
O corpo muitos dias
Com a alma fora dele.
Por isso muita gente
Já foi enterrada sim,
E poderia novamente
Retornar a viver mais
Um bom tempo aqui,
Onde estou vivendo
E já sonhei que morri.
Ora, o viver pra mim
É Jesus Cristo,
E o morrer é lucro,
Porém, eu digo isso:
Quem achar que eu
Não seguirei não,
Depois de eu morrer
O meu triste caixão,
Sugiro que morra
Pra não dizer que eu
Estou mentindo aqui
Neste lugarejo meu
Titulado Bananeiras.
Ora, se o espírito
Desaparecesse, como
Ressuscitaria Cristo
O jovem Lázaro?
Quando eu morrer,
E levarem meu caixão,
Tudo isso eu vou ver,
E certamente eu vou
Acompanhar o caixão
Levado pelo povo
Que botará no Chão
Para eu virar pó sim.
Daí será impossível
O espírito regressar,
Contudo, por incrível
Que pareça, voltarei
A viver, e dessa vez
Será pra eternidade,
Afirmo isto pra vocês.
Ora, quem achar que
Eu estou mentindo,
Eu digo: Basta morrer,
E o Mário Querino
Não será mentiroso
Para você na Terra,
Sobretudo neste
Amado pé de serra
Titulado Bananeiras
Onde eu nasci, cresci,
Já sonhei eu morto
E meu caixão eu segui
Entre o povo que ia
Levando pro Cemitério
Da Paz. Por isso não
Faz medo o mistério
De Deus e a fraqueza
Humana que aparecem
Na minha vida aqui,
E tudo isso acontece,
E quem pode escapar?
Mais uma vez vou dizer:
Acha que é mentira
Minha? Basta morrer,
Tirar a sua dúvida sim.
Com certeza, você verá
O seu caixão sendo
Levado e sepultado.
Se acha que é mentira,
Morra para saber
Melhor da Dimensão
Onde ficará você.
Mário Querino – Poeta de Deus
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