quarta-feira, 26 de junho de 2013

SEM MEMÓRIA NÃO TEM LEALDADE

Mário Querino - Poeta de Deus 26/06/2013


Ao pensar em escrever
Este pequeno livro,
Eu pensei na polícia
E o quanto tenho sofrido.

Eu carregava no coração
Uma grande dor,
Porém, hoje eu pensei,
Que eu era um sofredor

Por não saber perdoar.
Mas Jesus hoje me deu
Uma palavra inteligente
E aliviou o coração meu.

Ouvi a palavra de Jesus
Com muita atenção,
Achei que tudo foi passado
E por que não dar o perdão?

Hoje já estou muito feliz.
Por que carregar rancor
Se a minha vida está
Repleta de paz e amor?

Na verdade a polícia
Quase me matou de bater,
Porém o mais importante
Que hoje tenho bom viver.

Não porque fui corrigido,
Pois não vivia fora da Lei.
Nunca infamei a sociedade,
Contudo, sempre a amei.

Por isso eu devo perdoar
A polícia que me bateu,
Acreditar no seu trabalho
E pôr nas mãos de Deus.

Não devo ter ressentimento
No meu pobre coração,
Contudo, eu preciso rever
A polícia que me deu bofetão.

Queria dizer a esta pessoa
Que eu era jovem inocente,
E estava ali perambulando
Porque estava doente.

Eu queria ser um Doutor
E não tinha uma condição
Para entrar numa Faculdade.
Então saí sem direção

Para encontrar emprego
E poder pagar a Faculdade.
Mas infelizmente cheguei
Em São Paulo, grande cidade!

A polícia mal preparada,
Sem nenhuma capacitação,
Pegou-me na Rodoviária
E deu-me forte bofetão,

Arrastou-me com estupidez,
Jogou-me lá no chão
E com grande ignorância
Começou a me dar pisão.

Eu fiquei todo quebrado,
E também com a voz roca.
Pôs-me naquela prisão
Pondo sangue pela boca.

Fiquei muito traumatizado,
Mas graças ao Senhor Deus,
Hoje sou bem sucedido
E queria rever o irmão meu

Para dar um forte abraço
E dizer com muita firmeza:
Eu perdoei de coração
A tua ignorância e fraqueza.

Hoje reconheço o amor
Que Jesus tem por mim.
Se Jesus não me amasse
Você teria me dado um fim.

Então como hoje eu estou
Repleto de felicidade e paz,
O que falta é convidar-te
Para um almoço com Acaz,

Alejandro Cis, Maria José
E Brad meu neto amigo
Que gostariam de conhecer
Esse profissional agressivo.

Porém, perdoado de coração.
Eu queria perguntar assim:
Você ainda se lembra que eu
Dizia com veemência até o fim

Que “só vou com Deus”?
Quanto mais você me batia,
Mais confiante eu gritava
E você não me ouvia.

Agora eu troco as pancadas
Por fortes abraços.
Com certeza a paz e o amor
Invadirão todo o espaço

Que fica entre nós dois.
Obviamente vamos viver
Um tempo de alegria,
De contentamento e prazer.

Deus vai nos abençoar
E jamais vou ficar triste.
Viverei feliz no mundo
E perdoado você fique.

Como foi bom o encontro
Entre nós dois amigos!
A partir de agora somos
Os mais bem sucedidos.

Com certeza tem festa
Na Terra e também no Céu.
Jesus está muito contente,
Pois Ele gosta do amigo fiel.

E você amigo policial,
Merece muito respeito.
Porque lida com gente
Que vive de todo jeito.

Muitas vezes se vê obrigado
Fazer o que não deve,
Mas o essencial é que a vida
Com muita alegria prossegue.

Deus me ama de tal forma
Que já me deu 51 anos,
E com certeza a minha vida
Neste cantinho baiano

Vai continuar sim amigo,
Porque estou muito bem.
Não tenho ressentimento,
Não reclamo também,

Gosto de viver deste jeito
E jamais vou te condenar.
Hoje escrevo este livro
Não é para me desabafar.

Agora vejo a minha vida
Repleta de felicidade,
Não tenho preconceito,
Pois minhas qualidades

Cobrem os meus defeitos.
Na verdade a polícia
Machucou-me bastante,
Creio que sua alma fica

Pedindo perdão todo dia.
Por isso tenho vontade
De rever essa polícia
E mostrar a comunidade

Que realmente eu sofri
E com paciência escapei
Das mãos dessa polícia
Que tudo eu perdoei.

Não sei se ainda vive
Essa polícia tão valente.
Talvez já tenha morrido
E esquecido da gente.

Contudo, se ainda vive,
Graças ao Senhor Deus,
Por ter a oportunidade
De receber o perdão meu

Ainda com vida no mundo.
Isso seria muito bom
Para esse valente policial
Que lida sem amor e dom.

Às vezes sentimos temor,
Mas isso faz parte da vida.
Deus me passou às mãos
Dessa polícia agressiva.

Para mostrar que o justo
Sofre por amor a Jesus.
E jamais vai temer
E sentir vergonha da cruz.

Porém, tudo que eu sofri
Foi nada em comparação
Ao sofrimento de Jesus,
Para nos dar a Salvação.

Por isso eu queria rever
Com muita precisão,
Esse amigo policial
Que me deu bofetão.

Eu queria dizer ao policial
Com carinho e educação:
Você nunca esperou na vida
Ter um amigo e irmão

Assim como Mário Querino.
Tudo que você fez amigo,
Hoje foi desconsiderado.
Agora escrevo este livro

Para te dar o meu perdão
E ser também perdoado
Pelo meu erro cometido
Ao chegar desesperado

Na Rodoviária Tietê/SP,
Em 12 de março de 1985,
Quando o ônibus da Gontijo
Parou nesse agitado recinto.

Eu estava muito aflito,
O motorista chamou a polícia
Com muita razão.
Mas a polícia fez injustiça.

Não entendeu meu problema
Nem procurou quem seria eu,
Não sabia de onde eu vinha,
Mesmo assim me bateu.

Lembro-me quando eu ia
Sendo levado para a viatura,
Meu braço pegou no rosto
Duma dessas criaturas.

Então pedi mil desculpas,
Dizendo que não foi por gosto.
Mesmo assim não fui ouvido,
Arrastaram com ira meu corpo

Pelo interior da Rodoviária.
Todos assistiram a cena,
Achavam que eu era bandido
E de mim ninguém tinha pena.

Hoje dei uma volta por cima,
E vivo muito feliz.
Eu queria rever esse policial
E abraça-lo para todo o país

Contemplar nosso encontro.
Como seria bom amigo,
Você e eu abraçados felizes
Contentes e agradecidos!

Pode ser impossível eu rever
Esse policial paulista.
Mas se já morreu
A vontade no coração fica.

Não conheço a fisionomia,
Não sei também o nome.
Era um policial estressado
Sem coração de homem.

Isso eu não posso ignorar,
Pois faz parte da sua vida.
Na verdade um policial
Não tem pessoas amigas.

As pessoas para a polícia
São vistas como bandidas.
Basta cometerem falhas,
São estupidamente agredidas.

Não existe um diálogo
Para chegar um bom siso.
A polícia tem um coração
Realmente agressivo.

Não tem uma paciência
Para entender as pessoas,
Não procura de onde vem
E porque anda à-toa.

Esse foi o meu caso amigo,
Eu estava desesperado,
Saí do Estado da Bahia
Para ser um varão formado.

Mas acontece que eu,
Não fui recebido como gente.
A polícia me pegou com ira,
E eu apanhei inocente.

Mas como Deus é generoso
E protege o inocente,
Sofreu a dor por mim
E me deixou assim inteligente

A ponto de escrever este livro,
Perdoando esse policial
Que viveu ou vive
Nessa grande Capital.

Já faz muito tempo amigo,
Que aconteceu esse fato,
Contudo, hoje é o tempo
E também o dia exato.

Que Deus me cobrou
Para eu então perdoar.
Por isso me deu inspiração
E com prazer vou rabiscar.

Com certeza vão lembrar
Dessa cena violenta.
Vão querer uma simulação
Mostrando a incompetência

Dos nossos profissionais,
Que são considerados
Defensores da sociedade
E nos deixam apavorados.

Mas isso faz parte da vida
Dum profissional agitado.
Hoje não ignoro mais
Porque já sou educado.

E sei que todos têm
O direito de pensar, falar
E também de agir.
Sei que Deus sempre está

Sondando o meu coração
E mostrando a verdade.
Tudo mudou em mim,
Hoje vivo outra realidade.

Com certeza minha vida
Está repleta de alegria.
Não tem mais preconceito
E vive com muita sabedoria.

Eu dou graças a Deus
Por tudo que passei,
Hoje só tenho história
Porque eu apanhei.

Tem um adágio popular
Que o povo vive recitando:
“Só aprendemos a viver,
Sofrendo e apanhando.”

Não levo em consideração
A maldade do policial.
Hoje vivo outra realidade
E acho tudo normal.

Deus mudou minha ideia,
Agora vivo diferente.
Por isso redijo com saber
Estas palavras inteligentes.

Este livro é inspirado
Pelo Senhor Deus.
Por isso tenho humildade
E perdoo quem me bateu.

Com certeza meu coração
Está realmente aliviado.
Porque não levo em conta
O sofrimento passado.

Prometo ser um bom amigo
Das polícias brasileiras.
Jamais vou dar trabalho,
Mas sim rezar a vida inteira.

Agora eu vou concluir
Neste cantinho nordestino,
Este terno e pequeno livro.
Nada mais do Mário Querino.

Mário Querino – Poeta de Deus


“Casas travadas com viga de madeira
não virão abaixo por ocasião de um
terremoto; da mesma forma, a mente
que decide após muito refletir não
se deixará abalar no momento do perigo.
Mente apoiada em reflexão prudente é
como enfeite de estuque em muro polido.
Cascalho no alto do muro não resiste
ao vento, e mente que vacila diante de
opiniões insensatas também não resiste
diante de ameaças.”

(Eclesiástico 22, 16-18)


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