Poeta Mário Querino 27/10/2015 |
Alguém passou e me viu
Sentando numa cadeira,
Sou Porteiro do Colégio
Do Distrito de Bananeiras.
Então alguém perguntou:
“Não te falta a paciência,
Sentado aí sozinho?”
Eu falei com veemência:
Às vezes eu fico inquieto,
Pra dentro e para fora
E a hora demora passar,
É bom quando demora.
E quanto mais demorar,
Claro, mais vida eu terei
E não ficarei logo velho.
Jamais a Deus eu pedirei
Pra hora passar depressa,
Quem quiser ir que vá,
Eu uso toda a paciência
E o tempo vou aproveitar.
Tem gente que já correu
Por cima de pedras e pau,
Pediu pro tempo passar
E já vive fora do normal.
Sempre está no espelho,
Vê cabelo branco e rugas,
Se pinta e se puxa tanto
Que o seu aspecto muda.
Agora vive inconformado,
Arrependido da solicitação
Que sempre tem feito
Pra não fazer a obrigação.
Então sempre assim dizia:
“Hoje a hora não passa
Para eu voltar pra casa.”
Daí trabalhava sem graça
E não via o tempo passar.
Quando deu fé do tempo,
A ansiedade tinha tirado
Seu bom contentamento.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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