Poeta Mário Querino 04/04/2016 |
Um porteiro chegou
Meia-hora adiantado,
Os demais se atrasaram
E a hora tinha chegado.
Alguém assim falou:
“Não abre o portão agora,
Pois fulano não chegou.”
O porteiro isso ignora.
Mas por gentileza abriu
O portão na hora.
Quando fulano chegou
Disse ao porteiro: “E
agora?
Como vamos limpar tudo,
Se o pátio é ocupado?”
O porteiro ouviu tudo isso,
Todavia, ficou calado.
No dia seguinte o porteiro
Chegou ao mesmo horário,
Manteve o portão fechado
Por ser bom funcionário.
Então chegou o horário
De todos entrarem sim.
O porteiro não abriu
O portão, isso foi ruim.
Porque fulano não veio
E o tempo foi passando,
Todos achando ilícito,
Mas não tinha vindo
fulano.
No outro dia fulano veio
E todos fizeram queixas,
Fulano chamou a atenção
E disse: “Por que não deixas
Os demais entrarem aqui?”
O porteiro disse: “Porque
Estava lhe esperando.”
Então fulano ousou dizer:
“O povo fica reclamando.”
O porteiro seguiu falando:
“Fulano sou funcionário,
Faço o que estás mandando.
E cumpro o meu dever.
Chamaste-me a atenção
Porque abri no horário
Sem sua presença o portão.
Agora me chamas a atenção
Porque paciente lhe
esperei.
Afinal de contas, o que
Neste setor eu farei?”
Mário Querino – Poeta de
Deus
Nenhum comentário:
Postar um comentário