Eu peguei num cochilo
E logo eu sonhei assim:
Numa cidade pacata
Havia um bobo ruim,
Quer dizer, por falar
A verdade na cidade,
Onde morava desde
O tempo da mocidade.
Certo dia, um senhor
Da Sociedade desejou
Dar uma surra no bobo,
Mas o bobo esperou
Auferir essa surra sim.
Como o bobo é bobo,
E não tem noção não,
De nada entre o povo,
Todo dia se deparava
Com o senhor na rua,
Mas o senhor não dizia
Nada ao bobo na sua
Frente, por reconhecer
Que o bobo era sim,
Um servo do Senhor,
Que tintim por tintim,
Criou os céus, a terra
E tudo que neles há,
Até o próprio bobo,
Pra do senhor apanhar.
Ora, o bobo inocente,
Todo dia passava feliz
E dava Bom-dia sim,
A quem sempre quis
Lhe dar uma boa surra.
Ora, o bobo não era
Um à-toa, Deus sempre
Protegia-o na terra
Onde ele morava feliz
Ao lado de sua Família.
Como o bobo era sim
Inocente nessa trilha,
Não deixava de falar
A verdade, pois tudo
Que o bobo dizia,
Mesmo sem estudo,
O senhor achava que
Era sobre a sua vida.
Por isso lhe desejou
Boa surra. Mas a lida
Do dia-a-dia fazia sim
O bobo falar mais.
Ainda o senhor irado,
Não era não, capaz
De nem tocar no bobo,
Imagina bater.
Quando o bobo soube,
Gritou na rua pra valer:
“Vem raposa me bater!
Estou aqui te esperando,
E daqui a pouco eu vou
Estar por aí passando.
E em nome do Senhor
Jesus Cristo, eu faço
De ti como se fosse
Um pequeninho rato,
Puxado pelas orelhas.
Então, me espere aí,
Eu já estou subindo,
Pra gente logo definir.”
Mário Querino – Poeta de
Deus
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