Hoje, vejo o mundo
Diferente, por razão
De reconhecer sim
A minha pretensão.
Porque sou humano
Sujeito as paixões
Que tem essa gente
Que vive nos sertões
E claro, nas cidades
De grande porte.
Reconhecendo que,
Entre a vida e morte
Não sou nada aqui
No planeta Terra,
Sobretudo no meu
Valioso pé de serra,
A não ser feito do pó
E brevemente ser
Pó. Vou ser melhor
Nesta Terra por quê,
Se sou da mesma
Matéria, feito aqui
No mundo gente
Que logo vai sumir
E deixar o espaço
Às mãos de outros
Que virão após mim
E fruirão com gosto,
Sem ter tanto labor
Durante a sua vida?
Ora, lido com amor
Ao lado de Marisa,
Obviamente sem
Essa tal cupidez.
Por isso eu espero
Por minha vez,
E jamais preterirei
Os meus irmãos
Que vivem na lida
Na cidade e sertão.
Mas, por ser gente
De índole desigual,
Procuro me conter
Fora desse pessoal
Que tem a Cultura
“Civilizada” e o pior
Incide na vida, por
Não querer ser pó
Ou reconhecer que
Veio do pó e voltará
Ao pó, sem evasiva,
E sem nada levar.
Um certo dia, alguém
Falou feliz assim:
“Vou levando a vida
Mesmo muito ruim.”
Então, eu lhe objetei:
Não levas a vida,
A vida quem te leva,
Ó, minha amiga,
Se levaste a vida,
Só farias besteiras
Por tê-la nas mãos
Aqui em Bananeiras.
Se a vida nos leva,
Somos o que somos
Neste pé de serra,
Cantinho baiano,
Imagina se a vida
Estivesse nas mãos
Do povo da cidade
E do nosso sertão!
Tudo Deus faz aqui
Com prazer e gosto.
Se dominássemos
A vida, só um pouco,
Seriamos uns cães
Correndo entre
Tocos nesta Terra,
Não éramos gente
Não, deste mundo,
Como dizia Gildete,
Minha saudosa mãe.
A gente não merece
Nada de bom aqui,
Mas, Deus é um Pai
Maravilhoso, perdoa
E sempre nos faz
O melhor na Terra
Para termos a vida
Boa, assim como
Tenho com Marisa.
Por isso eu já vejo
O mundo diferente,
Reconheço que vim
Do pó, sou gente,
Mas voltarei a ser pó,
Obviamente, sem
Levar nada da Terra,
Ficará com alguém
Que seguirá vivo.
Então, por que vou
Atropelar gente, se
De nada dono sou?
Mário Querino – Poeta de Deus
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