Ora, eu sonhei que,
Um cara sem grana
Queria ser Político,
Pois achava bacana
O anseio do Comício,
Quando já marcado
Para ser numa praça
Com júbilo realizado.
Mas como o cara era
Realmente, pobretão,
Achava difícil ganhar
Sua primeira Eleição.
Mas naquela cidade
Havia sim, um Poeta
Que prometeu fazer
Campanha honesta,
Sem gastar dinheiro
Nem usar a mentira.
Ora, o cara duvidou,
Desse Poeta caipira
Fazer sua Campanha
Sem gastar dinheiro.
Daí o cara perguntou
Ao Poeta verdadeiro,
Que não camuflava
Nada a fim de iludir
O povo que queria
Político para sentir
A necessidade que
Esse povo já sentia
Naquela boa cidade
Que o cara já queria
Ser candidato para
Tomar uma cadeira
Na Câmara, e, fazer
Sim, sem brincadeira
O papel de Vereador,
Isso o cara perguntou
Sim, ao Poeta caipira:
“Então, o que eu vou
Fazer quando o povo
Exigir-me emprego,
Caso ganhe a Eleição?
Eu não terei sossego,
E serei Político falso,
Por garantir trabalho
E depois eu não dar,
Não suja meu atalho?”
O Poeta caipira falou:
“Não, você vai falar
A verdade, que deve
Ser dita para ganhar
A primeira Eleição.”
O cara duvidando,
Perguntou de novo:
“O povo está visando
Trabalho, por acaso
Eu ganhar a Eleição,
E o povo vir cobrar,
Qual minha posição,
Pra não ser Político
Enrolado? Pois não
Só depende de mim,
E aí? Qual situação
Eu vou ficar diante
Dos meus eleitores
Dentro da Câmara
De Vereadores?”
Ora, o Poeta só riu,
Depois falou assim:
“Meu amigo, você é
Vereador até o fim,
E quando alguém vir
Solicitar o emprego,
Já mande trabalhar
Sem nenhum medo,
Pois você prometeu
Trabalho, não salário.
Então, quem quiser
Ser um funcionário
Vá numa boa lidar.
Quando vier cobrar
Dinheiro, você fale:
‘Você quer trabalhar?
Continue no setor,
Pois você garantiu
Ajudar-me, visando
Trabalho, conseguiu,
Não te tapeei não.
Por acaso, prometi
Salário pra alguém,
E ainda para ti?’
Ora, você já agindo
Assim, é um Político
Inteligente, sábio
E claro, o mais lícito.”
Então, para a gente
Pedir algo pra vida,
Deve fazer o pedido
Com ideias sabidas.
Pois a minha mãe já
Dizia: “Terra de sapos
De cócoras com eles.”
Neste sonho eu acho
Que não carece fazer
Promessa pra gente,
Pois a gente só sabe
Do instante presente.
Por exemplo: eu faço
Uma promessa agora,
Pois acho que posso
Pagar, porém na hora
Que o prometido já
Precisa do objeto,
Às vezes vive melhor
Que eu, isso é certo?
Então, quando tiver
O objeto, e quiser
Dar, entregue logo,
Com paz, amor e fé.
Ainda bem, que não
Mentiu o Político,
Os eleitores exigiam
Trabalho, ele fez isso
Mandou trabalhar.
Quem cobrou grana,
Ficou sem, o Político
Justo jamais engana.
Mário Querino – Poeta de
Deus