Poeta Mário Querino 23/06/2014 |
Num pequeno povoado
Havia um adolescente
Que vivia contrariado
Com a sua vida carente.
Pois queria comer bem,
Mas não podia comprar
E comentava também:
“Quando eu trabalhar,
Eu vou comer de tudo.”
Daí começou a estudar,
De fato, fez bom estudo
Para mais grana ganhar.
Ao completar sua idade
Procurou um trabalho,
E com muita facilidade
Seguiu bem seu atalho.
Ganhava muito dinheiro,
Podia comprar de tudo,
Pois era um Engenheiro,
Homem de bom estudo.
Mas não refletia na vida
Que era tão precária.
Só falava em boa comida,
A coisa mais necessária
Para alegrar seu mundo.
Mas quando era pobre
Tinha o desejo profundo
Das comidas dos nobres,
Pensando que era tudo
Para fazer alguém feliz.
Por isso fez bom estudo
Para ganhar bem no país.
Engano, antes não podia
Comprar boas comidas,
Porém, vivia com alegria
E era mais feliz da vida.
Pois tinha muita saúde,
Para comer o seu feijão,
Tinha bem mais virtude
No cantinho do sertão.
Agora mora numa cidade
Ganhando muita grana,
Mas, passa necessidade
Encima de uma boa cama.
A sua comida é bem pior
Que a comida do passado,
Nas horas que está melhor
Come um pouco forçado.
Daí foi visitar a sua
terra
Viu os meninos brincando,
Quando tudo ali encerra
Todos vão comer gritando:
“Mamãe, coloca meu feijão
Que estou com fome!”
Começa ter recordação
Aquele riquíssimo homem.
Abaixa a cabeça e medita:
“Eu era feliz e não sabia!
Achava a comida prevista,
Tudo para a minha alegria.
Hoje, tudo posso comprar,
Mas nem tudo posso comer!
De fato, minha vida está
Sem virtude, graça e
prazer.
Pois meu estômago não quer
Aceitar as comidas almejadas.
Agora descobri que a vida
é
Para as pessoas
conformadas.
Bem que Deus diz: ‘Põe garfo
Na garganta quando comer
Com o rei no luxuoso
Palácio.’
Então eu era feliz sem
saber.”
Mário Querino – Poeta de
Deus
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