Em sonho me deparei
Com um carangonço,
Daí eu percebi que ele
É sim, um bicho sonso.
Então eu assim gritei:
Vá pro Inferno, ó cara,
E me deixe em paz!
Daí então, ouvi a clara
Voz dizendo assim:
“Mandas pro Inferno
O escorpião, por quê?
É obra do Pai Eterno,
Assim como é você.
Então, mandes agora
Pro Inferno as finuras
E vá sim, se embora.
Pois o escorpião tem
Também direito sim,
De existir na Terra,
Se já chegou seu fim,
Já podes lhe matar,
Para ele voltar ao pó,
E não ir pro Inferno,
A sua maldade é pior
Do que a vida desse
Pequenino escorpião,
Se ele pica, por ser
Prudente neste Chão,
E já quer se defender
De seu pior inimigo
Intitulado Homem.
É melhor deixá-lo vivo
Do que falares assim.
Como tens o direito
De conviver na Terra,
O escorpião satisfeito
Também tem, sejas
Prudente na Terra,
Sobretudo no Distrito,
Seu bom pé de serra.
E nada que Deus fez
E faz, não é para ir
Pro Inferno, e sim,
Pro Céu ou ficar aqui
Feito pó. Deus jamais
Iria fazer uma obra
Tão perfeita assim
(Que seja uma cobra),
E depois queimá-la lá
No Inferno onde tem
Fogo (se tiver fogo),
Se é trevas não vem
Luz, e fogo só clareia.
Ora, deixes ou faças
O que visas, o Inferno
Não tem essa graça
De receber uma obra
Feita por Deus Pai.
Mates ou deixes
O escorpião em paz.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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