Nem toda questão
É confusão na vida,
Mas devemos saber
Separar uma lida
De uma compaixão.
O labor traz efeito,
A misericórdia só
Nos deixa satisfeito,
Mas não exige não,
Retribuição de algo
Que se faz por amor
E nos deixa aliviado.
Então, já sendo sim,
Um velho cansado,
Sem mais ter prazer
De seguir animado,
Entre altos e baixos
Que esta vida traz
No mundo titulado
Terra, sem ser capaz
De encarar com fé
Os altos barrancos,
Por já mostrar rugas
E cabelos brancos,
E sobretudo fadiga.
E quando a coisa não
Dá não, mais certo,
Vem a condenação
Por ser forçado sair
Dos planos traçados
Por um jovem forte
Que tinha confiado
No velho já abatido
Que pediu ao Senhor:
“Deus, preciso fazer,
Mas o corpo recuou,
O que eu devo fazer,
Para suportar a dor
De uma condenação
Por carência de amor
Pela vida deste velho
Que já está no final,
E às vezes até chora
Por ouvir do pessoal
Que não fará mais
Algo nesta vida aqui
No planeta Terra
É por que quer fugir
Da responsabilidade,
E não, por faltar força,
Coragem e disposição,
O fôlego sai pela boca
Quase enfraquecido,
Mesmo assim ouve
Dizer: ‘Não fez não,
Não por que não pôde,
Mas porque não quis’?”
Ora, a vida dum velho
Que não dá o braço
A torcer, e é sincero
Em todos os negócios,
Não deveria ouvir não,
De jovens que podem
Dar a sua continuação.
Por isso neste mundo
Intitulado Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra,
Vivo agora por viver.
E por mais que já fiz
Em prol do pessoal,
Sou um velho infeliz,
Só por não fazer algo
Que beneficiasse sim,
Pessoas que tem sido
Já ajudadas por mim.
Ora, como um velho
Conseguirá fazer
Algo que só o Senhor
Poderá dar o poder?
Então, por mais que
A gente ajude aqui,
Quando não pode,
Ninguém vai admitir
Que o velho não pode,
E sim, que não quer.
Então, vivo por viver,
E fico a esperar até...
Mário Querino – Poeta de
Deus
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