Dois senhores de idade
Já avançada foram sim
À uma cidade próxima,
E acharam muito ruim
O atendimento por lá,
Por passarem tudo isso
Na fila bancária onde
Aufeririam o benefício:
O casal deixou sua casa
E foi à cidade bem feliz,
Não era uma cidade
Grande deste bom país,
Mas lá tinha sua norma,
Que era obrigado sim,
O povo cumpri-la bem,
Claro, tintim por tintim.
Ora, esse casal matuto
Foi por uma precisão,
Porém ao chegar lá
Encontrou a multidão
De gente numa fila,
Porém, já separados
De dois a dois metros,
Como já foi decretado.
Mas esse casal ficou
Pertinho um do outro,
O que causou conflito
E deixou o povo louco
Para entender a ideia
Desse casal matuto
Que foi auferir grana
E usou dizeres brutos:
“Guarda, nós ficamos
Numa casa, abancamos
No mesmo sofá, à noite,
Também se deitamos
Na mesma cama, e não
Temos tamanho medo
Dessa tal Covid-19,
E qual é seu segredo
Para nos separar aqui
Nesta fila de amigos
Ou irmãos que já têm
Sim, o mesmo objetivo
Que também já temos
Nesta fila de gente
Na porta deste Banco?
Esse vírus é inteligente,
Para deixar nós unidos
Em casa ou na roça
E aqui já nos espaçar?
Aqui a gente gosta
De andar mais unidos,
Pois um segura o outro,
Se for assim, ó Guarda,
Vamos perder o gosto
De visitar a sua cidade.”
Um do casal com raiva
Olhou bem profundo
Nos olhos do Guarda
Dizendo: “É pequena
Nossa casa, nosso sofá
Também é pequeno,
E nossa cama não dá
1,50m, e dormimos
Nessa cama contentes,
Claro, sem esse medo,
E por que aqui a gente
Deve ficar assim longe
Um do outro, ó Guarda?
O senhor já ficou mais
De um ano na sua casa
Longe de sua Família?
Se assentando longe
De sua esposa e filhos?
O senhor dorme aonde,
No fundo do quintal?
Pra manter a distância
Que os governadores
Exigem? Há Segurança
Que possa evitar vírus
Entre o nosso povo,
Sem ter a substância
Pra argui-lo? De novo
Te pergunto: o senhor
Dorme aonde, se a sua
Cama não der 2,00m?
O senhor anda pela rua
Se mantendo 2,00m
Distante dos demais?
Então, se for assim,
Não vamos vir mais.
E “acabou” como dizia
O povo da nossa terra,
Intitulada Bananeiras,
Nosso bom pé de serra.”
Mário Querino – Poeta de
Deus
“O Senhor combaterá por vós; e vós ficai tranquilos.”
Ex 14,14
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