Hoje, eu tive um sonho
Que me deixa absorto,
Pois eu tinha 15 anos,
E na casa dos outros
Eu morava numa boa,
Para eu poder estudar
E ser o que eu já sou:
Poeta pra feliz poetar.
Então as minhas titias,
Amélia, Adelaide e bebé,
Passavam uma parte
Da noite contando até
Estórias de Trancoso
(Como mãe me dizia).
Ora, em sonho Amélia
Me contou neste dia
Em que eu dormia feliz
Com esta minha vida
Ao lado duma mulher
Que amo sim, Marisa:
“Zinho, havia um rei
Que tinha uma filha
Bem bonita e mimada,
E andava nas trilhas
Que a sua mãe queria,
Claro, não tão simples,
Até chegar sua idade
De amar um príncipe.
Porém, como Deus é
O Senhor das coisas
Que Ele fez e faz aqui,
A donzela ficou doida
Por um rapaz pobre.
Daí começou a amar
Esse pobre rapazinho
Sem a mãe nada notar.
Já passado um tempo,
O amor já estava forte,
Na vida e no coração,
Que somente a morte
Poderia lhe separar
Desse cara pobre que
Teve nesta vida sim,
Esta boa sorte e poder.
Quando a mãe notou
Que a sua princesa
Já estava apaixonada,
Lhe disse, com certeza:
“Minha filha, você não
Sabe fazer nada na vida,
Como você vai cuidar
Desse rapaz, ó querida?
Você não poderá pagar
Uma empregada não,
Pra cuidar de sua casa
E cozinhar o seu feijão,
Você vai se arrepender
E querer voltar a vida
De princesa, e pode
Ser tarde, ó querida!”
Daí a princesa objetou
Com muita segurança:
“Mãe, o amor ensina
Tudo, e desde criança
Não aprendi nada não,
Ao seu lado, mas vou
Aprender ao lado dele,
Quem ensina é o amor.
Se a senhora como mãe
Me amasse, teria sim,
Me ensinado, para eu
Não ser à-toa até o fim.
Então, eu vou me casar
Com ele, já consciente
Que ele é pobre, mas
Tem um porte decente
E só falta oportunidade
Pra me fazer mais feliz.
Daí a rainha tentou
Impedi-la, mas ela quis
Continuar seu namoro.
Como a mãe tinha medo
De sua princesa sofrer,
Descobriu esse segredo
Para o rei, seu marido,
Claro, achando que iria
Ser ignorante na hora
Em que soubesse. O dia
Passou e a noite chegou,
E o rei chamou a precisa
À parte e perguntou:
“Filha, você tem certeza
Que já ama esse pobre
Rapazinho?” Ela falou:
“Certeza não tenho não,
Mas sinto por ele amor,
Meu desejo é lhe fazer
Um senhor muito feliz
Num cantinho da Terra,
Pode ser neste país.”
O rei inteligente disse:
“Porém, você não sabe
Fazer nada nesta vida,
E para ser feliz cabe
Na sua nova residência
Uma boa empregada,
E como você vai pagar
Se ele não tem nada
Para lhe oferecer aqui,
A fim de lhe fazer feliz
Neste planeta Terra?”
Então a donzela quis
Dar uma boa lição sim,
De vida para seu pai,
Já dizendo consciente:
“O senhor sabe demais,
Contudo, creio que não
Nasceu já sabendo,
É claro, foi o tempo
Que seguiu lhe dizendo
O que o senhor deveria
Fazer, até chegar aqui.
Se eu ainda não sei,
Por não precisar, recebi
E recebo tudo nas mãos
Como recebe princesa.
Mas quando for preciso,
Servirei ditosa à mesa.
E quem poderá ensinar,
Senão o amor? Então,
Meu pai, eu vou cuidar
Desse rapaz de coração.”
Daí o tempo passou,
E os jovens seguiram sim,
Com seu bom namoro
Já permitido, e por fim,
Aconteceu o casamento,
Obviamente com festa.
Daí como o pai era rei,
Iria deixar a filha nessa
Má situação, ó amigos?
Então, procurou local
Segundo a capacidade
Do genro no Palácio Real.
E a princesa amou sim,
O rapaz ideal, do gosto
Que o seu coração quis.
Quem vive pelos outros
É quem sofre frustação.
Se há amor nesta vida,
Ame até mesmo louco,
Como ama a Marisa.
Daí me acordei e fiquei
Pensativo neste sonho,
Por isso para os amigos
E amigas eu disponho.
Mário Querino – Poeta de Deus
“Não se preocupe com suas falhas, no que tentou fazer,
mas no que ainda é possível realizar.” São João Paulo II
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