Ei! Bananeirenses que
Moram em São Paulo,
Ainda se lembram
De mim, Mário? Claro,
Quem não se recorda
Da vida que eu passei
Por aí nos anos oitenta,
Quando louco cheguei
Na casa do Sr. Everaldo,
Filho da saudosa Glória,
Minha boa compatrícia
Que não sai da memória
Deste cara que chegou
Muito louco, e ela fez
De tudo pra me abrigar
E muitas, muitas vezes
Filhos, filhas, genros
Noras e toda sua Família
Que me acolheu bem,
Levando eu nas trilhas
Dos nosocômios com
Muito amor pela vida
Que Deus me dá aqui
Neste Planeta? Marisa
Já contemplando tudo
O que tive que sofrer
Neste planeta Terra,
Também quis acolher
Por amor a minha vida,
Encarando preconceito
Até da minha Família
Ao me ver desse jeito
E ela querer se casar
Com este cara louco.
Mas Marisa já amando
Com prazer e gosto
Quis se casar comigo.
Ora, eu além de louco,
Não tinha ocupação
Para ganhar um troco
E fazer feira da semana,
Como era de costume
O povo aqui fazer.
E sem nenhum ciúme,
Aludindo à casa dos pais,
Marisa por amor a mim,
Olhou nos meus olhos
E feliz confessou assim:
“Nem que a gente viva
Debaixo de uma árvore,
Vamos nos casar sim,
Você é o cara agradável
Ao meu olhar e coração,
Você é a minha vida.”
Então, abracei e beijei
A minha terna Marisa,
E até aqui, entre altos
E baixos, somos como
Jesus Cristo nos quer
Aqui: Sem sermos donos
Do próprio corpo, tudo
Que é meu é dela,
E o que for dela é meu.
Assim eu vivo com ela
E ela vive comigo sim.
Então, hoje eu quis dar
Um alô para parentes,
E patrícios, e sem ficar
De fora nenhum amigo
Que arranjei por lá.
Então, quem acha que
Já morri ou a vida está
Muita louca no planeta
Intitulado Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra,
Já vive completamente
Enganado, olha eu aqui,
Com carinha de jovem,
Como que eu nasci
Há pouco tempo aqui
Na terra de Bananeiras.
Então, eu lembro sim,
De vocês a vida inteira.
Me lembro de Jacinto,
Roniwalter Jatobá,
Manoel Mota, Elisiário
E muitos que vivem lá
No Estado de São Paulo,
Me lembro das polícias
Que me torturaram sim,
Mas em mim não fica
Nenhum ressentimento,
Pois minha mente tem
Muito o que pensar,
E o coração também
O que muito acolher,
É claro, o que faz bem
A minha vida e Família,
Então, já digo também
Que estou amando sim,
A mulher da minha vida,
E todo mundo já sabe
Que é a D. Marisa.
E ouvindo Pe. Zezinho,
Tomando chá de canela,
Escrevendo esta poesia
Me lembrando daquela
Vida que eu já passei,
E ao Senhor, dou glória
Por tudo que já sofri
Para hoje, ter a vitória.
Mário Querino – Poeta de Deus
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