Hoje, eu relato aqui
Que, o homem rico
Não é quem tem
Grana. Ora, explico
Já tintim por tintim:
Ó cara, um servente
Contou uma história
Pra mostrar a gente
Que ser muito rico,
Não quer dizer feliz.
Ora, com sabedoria
Contou neste país
Determinado fato:
“Certo empresário
Tinha na Empresa
Muitos funcionários
E ralavam debaixo
De sol e chuvas
Com boa disposição,
Meio-dia, sem dúvida,
Pegavam felizes sim
A sua boa marmita
No abençoado dia,
E o patrão triste fica,
Não por ter dó não,
Dos bons serventes,
Mas pelas marmitas
Com os ingredientes:
Feijão preto, carne
De porco e linguiça,
E tudo mais que ele
Via nas marmitas.
E com olhar penoso
Falou em voz alta:
‘Queria ser 1 desses,
Pra comer, só massa
Posso comer agora,
Pois tenho problema
No estômago, e não
Como. Entendam
Que o meu desejo é
Ser 1 entre vocês aí,
Porque tenho tudo,
Faço tudo por aqui,
Porém, essa comida
O meu organismo
Não aceita, e gosto
Disso tudo, amigos.
Então a felicidade
Não é ter dinheiro
Bastante, e sim,
Comer o dia inteiro
Aquilo que gosta
Com prazer e ledice.
Então, sou um rico,
Contudo, vivo triste.
Por isso vocês façam
De tudo para não
Perder a saúde aqui,
E poder comer feijão
Com carne de porco
Dentro. Isso é sim,
Muito bom pra vocês,
E desgosto pra mim.
Pois com tanta grana
Que eu tenho não
Posso comprar saúde
E poder comer feijão
Com carne de porco
E o mais necessário
Para alegrar a alma
De um empresário.
Então, para que tudo
Isso que eu tenho
Neste planeta Terra,
Se fruindo não venho?
Acham que isso é ser
Feliz, eu ter dinheiro
À vontade e passar
O meu tempo inteiro
Só desejando comer
Feijão preto, feijoada
E tudo que eu gosto,
Mas não como nada?
Pra que essa riqueza
Na minha vida, se é
Triste o meu viver,
A minha alma quer
Se alegrar, contudo,
Não posso contribuir,
Ainda tendo grana
À vontade aqui?
O dinheiro compra
Tudo sobre o Chão,
Porém, a felicidade
Não depende dele não’.”
Daí o bom servente
Concluiu sua história:
“É verdade, senhor,
Saúde é nossa glória,
Por isso ralamos sim
Com desempenho,
Eu não tenho grana,
Mas o melhor tenho:
Saúde para trabalhar,
Comer e beber pinga
No boteco do amigo
Que mora na Itinga.”
Toda segunda-feira,
Um lote de peões vão
À Sede de Pindobaçu
Na topik do irmão
Nininho, vão no ônibus
Do irmão Sandoval,
E em carro próprio,
Lá fazem um festival,
Com carne, linguiça,
Cerveja e muita pinga,
Na Sede de Pindobaçu
E na cidade da Itinga.
Isso é coisa boa sim.
Quando morrer virará
Pó, a alma e espírito
Só Deus deles cuidará.
Eu acho melhor viver
Assim, do que ficar
Só camuflando a vida
Crendo que enganará
Com a sua máscara.
Deus já fez o Homem
E a Mulher, e tudo
Que já tem nome:
Feijão, carne, cerveja,
Pinga para nós sim.
Noé já se embriagou,
Ló também, e em fim,
A cerveja e a cachaça
São para os homens
E não, para animais.
A comida com nomes
Diferentes, também
Foi feita pra pessoa.
Agora, cabe a gente
Ter o controle e boa
Educação nessa hora
Do uso. Por que eu
Sou sim, moderado?
Porque o corpo meu
Não aceita nada disso.
Mas o que eu posso,
Uso, sem problema,
Eu não tenho negócio
Preso com ninguém.
Por isso vivo isolado,
Esse negócio de ser
Um cara controlado
Por quem já faz algo
Pior do que eu aqui,
Não, já deixo a alma
Para Deus decidir.
Pois não sei como é
A outra convivência
Depois que morrer,
Se tens inteligência
Pra ir morar no Céu,
Sem inveja, vá indo,
E deixe aqui em paz
O Mário Querino.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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