Mário Querino
Eu sou um carroceiro
E ando nesta estrada
Com carrinho-de-mão
Com lenha rachada.
Sigo com alacridade
E bem ditoso da vida,
Pois cozinhará cuscuz
E feijão a D. Marisa.
Sempre corto lenha
Com prazer e gosto,
Porque a D. Marisa
De pouco a pouco
Vai queimando sim
A lenha que não é
Boa não, não presta,
Porém a gente quer
Queimar em casa.
Por isso estou sim
Cônscio que a lenha
Não presta pra mim.
Porque se fosse boa
A minha Sra. Marisa
Não queimaria não,
Guardaria neste vida.
Mas volto atrás sim,
E digo que também
Pode sair coisa boa
De algo que já tem
A fatalidade de ser
Cortada e queimada.
A D. Marisa queima
Lenha e faz feijoada.
Faz cuscuz, arroz,
Macarrão, cozinha
Carne, faz pra mim
Os Bolos de farinha
De trigo, de massa
De milho e aipim.
Tem algo aqui que
É cremado, e o fim
É nos trazer coisas
Boas, como comida,
Bebida e tudo mais
Que faz D. Marisa.
Como sou carroceiro
E ando nesta estrada
Com carrinho-de-mão
Com lenha rachada,
Vou chegando ditoso
Em nossa casa sim,
Onde D. Marisa vai
Cozer feijão pra mim.
Assim eu vou sendo
Um bom carroceiro,
Trago lenha rachada
Sem gastar dinheiro
Com gasolina ou óleo.
Apenas uso a força
Humana que agora
Tenho, ainda pouca
Dá para eu carregar
Lenha cortada e bem
Rachada, para cozer
Comida. E D. Marisa
Com gosto acende
O fogo pra queimar
A lenha, só a fim
De nos alimentar.
Mas não tem coisa
Melhor do que ter
Comida e bebida,
D. Marisa ama fazer.
Mário Querino – Poeta de Deus
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