Alguém falou sim:
“Morrerá de ralar,
Não para um dia,
Cara, e descansar!”
O que falar eu vou?
Só quem descansa,
É quem está abatido,
E na Chácara Santa
Maria, eu ainda
Estou tendo o vigor
Para trabalhar sim,
Com fé, paz e amor.
Agora, eu pergunto:
Acha que trabalho
Já matou alguém?
Eu aqui até falho,
E me sinto doente,
Porém é pela idade
Que tudo dói sim,
Esta é a realidade.
Se o trabalho fosse
A sinistra Morte,
Ninguém morreria
E seríamos fortes
Neste largo planeta
Intitulado Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra
Onde eu luto com fé,
Paz e muito vigor
Ao lado de D. Marisa,
Meu grande amor.
Agora, fique ciente
Que meu pai ficou
Sem mãe aos 12
Anos, e trabalhou
Para ver os irmãos
Vivos nesta Terra,
De Bananeiras sim,
Amado pé de serra.
Seu pai Raimundo
Se casou com outra
E os filhos ficaram
Nesta vida louca
E foram morar sim,
Com a sua avó.
E nessa era a vida
Era de fazer dó,
Pois não tinha não,
Esta aposentadoria.
Então, meu pai era
Forçado ir todo dia
Trabalhar na roça.
Aos 24 anos, ele quis
Se casar, se casou
E viveu muito feliz
Com a minha mãe,
Que até gerou sim,
7 filhos e 4 filhas,
E dando para mim
O oitavo lugar sim.
Ora, meu pai ralou
Até aos 87 anos,
E Deus o chamou
No dia em que ele
Na roça fazia cerca.
Ora, após o almoço
Deu na sua cabeça
Almejo de se sentar
Na praça do Distrito
Para conversar com
Amigos. Após disso,
Ele foi mudar sim
O cavalo de pasto,
Para no outro dia
Ser melhor, de fato,
Ele pegar o cavalo
Para viajar e olhar
O seu gado na roça
Em outro lugar.
Porém, às 18 horas,
Estava morto sim
Dentro do pasto,
Jogado no capim.
Durante a sua vida
De labor desde 12
Anos de idade sim,
Meu pai ainda pôde
Chegar aos 87 anos,
E deixou para nós
Patrimônio bom.
Ora, não ouço voz
De quem diz que
O trabalho mata.
Eu sei, quem mata
É a preguiça. Acha
Ruim eu falar isto,
Que ache, mas sou
Cônscio de tudo,
Graças ao Senhor,
Que já disse aqui
No planeta Terra
O que eu já vi e li
Neste pé de serra:
“Feliz do servo que
O senhor, ao chegar,
Encontrar agindo
Assim.” O trabalhar
Faz parte desta vida.
“Quem não quer
Trabalhar, também
Não coma.” Tem fé?
Não está cansando?
Por que cruzar sim
Os seus braços aqui
E ficar vendo o fim
Das coisas por falta
Da sua coragem?
Se alce e se ponha
À lida com vontade!
Trabalho dia e noite,
Noite e dia
Em nossa Chácara
Santa Maria
E na Firma Prefeitura.
É obvio, não viso
Muito dinheiro não,
Ralo com o objetivo
De ver tudo bom
E bonito na Terra,
Inclusive no Distrito,
Amado pé de serra.
“Ande preguiçoso,
Olhe a formiga,
Observe os hábitos
Delas.” Ora, a vida
Era sida sem labor,
Por desobediência
Temos que trabalhar
Com a consciência
Do nosso pecado.
Então, devemos sim,
Obter o pão ralando
Cônscios até o fim.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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