Alguém me inquiriu:
“Você já matou sim,
A Saudade?” Agora,
O que veio a mim,
E darei como revide
Para alguém que já
Me inquiriu assim?
Só isto vou objetar:
Francamente, eu
Nunca matei não,
A Saudade. Por que,
Ó Querino? Irmão,
Se eu agora matar
A Saudade, eu vou
Ficar sem lembrar
De quem me amou,
E de quem já amei,
Amo e foi embora.
Por isso eu prefiro
Ter sim a até agora
A Saudade comigo
Nem que a vaca
Tussa, como dizia
Replena de graça
Uma prima minha
Quando um irmão
Mandava ela fazer
Sim, algo e ela não
Queria fazer não.
Então, a Saudade
Deve ficar comigo,
Para essa vontade
De eu me lembrar
De pessoa que eu
Amei, amo e amarei
E já me esqueceu,
Mas mesmo assim,
Quero ficar ao lado
Da Saudade por fé,
Amor e bem amado
Pelas pessoas que
Ainda de mim têm
Lembrado até aqui
E trazem também
Boas recordações.
Até o menosprezo
Faz eu me lembrar
Que já tive almejo
De seguir um amor
Que só fez chorar
Os meus olhos sim,
E o coração gamar,
A minha alma teve
Muito sentimento,
E o espírito viu sim,
O corpo no tempo
De seu abandono,
Muito sofrimento,
Pela vil tortura sim,
Naquele tempo
Em que a vida quis
Me provar que faz
Bem amar alguém
Que ama demais.
Por isso eu adotei
A Saudade com fé,
Amor e gratidão,
Pois isto pra mim é
A melhor coisa que
Tenho nesta vida
Que me leva ditoso
Aqui com D. Marisa.
Por isso na minha
Concepção, quanto
Mais repulso, mais
Saudade. É avanço
Pro amor que eu dei,
E agora ficar assim
No esquecimento,
É óbvio, para mim
Não foi não, amor,
Foi apenas desejo
Que os olhos viram,
O nariz teve cheiro,
A boca feliz beijou,
Os ouvidos ouviram,
E os bons tatos
As mãos sentiram.
Então, se eu matar
A Saudade, eu vou
Me esquecer sim,
Desse grande amor
Que Deus me deu
Para eu oferecer
De todo o coração
Para todos e você
Que um dia amou
Minha vida ou fez
De conta que me
Amava, mas talvez,
Só por uma ilusão.
Porque quem ama
Nunca esquecerá,
Mas só se apaixona
Cada dia que vem.
Então, matar esta
Saudade é crime
Aos olhos do Poeta.
Ora, quanto mais
A Saudade é forte,
Mais eu me ponho
Contra a Morte.
Você me esqueceu?
Agora, fique ciente,
Que você não sai
Da minha mente
E nem do coração.
Porque estou aqui
É para te amar sim,
É pra te ver e sentir
Um cara muito feliz
Em saber que você
Já está muito bem,
A ponto de perder
Minha vida da sua
Vida, mas isso acho
Muito gratificante,
Eu quero ser baixo,
Ver você elevado(a)
Muito feliz da vida
E viver com ledice
Como eu, D. Marisa
E esta minha gente,
Sobretudo a minha
Família, que ainda
Conosco caminha.
Então, não temos
Saudade por está
Ainda perto assim,
Mas um dia ficará
Distante, é normal.
Por isso não devo
Matar a Saudade,
Porque eu almejo
Continuar amando
As pessoas na Terra,
Mormente aqui
No meu pé de serra.
Mas quem quiser
Matar a Saudade,
Que mate, só não
Tenha a vontade
De me olvidar não,
Porque eu ainda
Te carrego na vida
E acho coisa linda
Um terno coração
Que preserva sim
Saudade de gente,
Sobretudo de mim.
Você acha que eu
Já te esqueci?
Ora, você continua
Comigo até aqui,
Mesmo já intuindo
Que me fez sofrer,
Persisto lembrando
De todos, e você
Não sai da mente.
É uma das razões,
De eu ter Saudade,
Ó meus corações.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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