Quando a gente tira
A peça de um carro,
É óbvio, não é mais
Igual. Ora, algo raro
Vai nos deixar triste
As outras sentem,
Ficam enfraquecidas
Com outra diferente,
Assim, acontece sim,
No corpo humano,
Ao tirar um órgão,
Os outros só lidam
Mais, e nossos anos
São reduzidos sim.
Ao trocarmos por
Outro vem ciúme,
Porque o seu valor
Passa a ser maior.
Por que, ó Querino?
Toda cautela é pouca
E vive sim sentindo
Rejeição dos outros
Órgãos originais sim.
Por isso não é bom
Nada alheio em mim.
Então pago qualquer
Preço para eu evitar
Uma confusão sim,
E nada vai agradar
Já sendo dos outros.
Afinal de contas, sou
Ciente que tudo tem
O vencimento. Estou
Cônscio que a vida
Neste velho corpo,
Tem um limite sim,
E não sou louco
Para eu ultrapassar
Meu devido tempo.
Ora, eu já entendo
Que o vencimento
Está sim chegando,
E devo voltar ao pó,
Por que ficar vencido
Aqui pra mim é pior.
Tanto me arruinarei
Mais, quanto eu vou
Privar a liberdade
Desse meu servidor.
Porque nada vencido
Vale, ainda que bote
Algo mais pra manter
Dias antes da morte.
Mas se quiser viver
Vencido na Terra,
Mormente no meu
Amado pé de serra,
Viva até apodrecer,
Mas quero sair sim,
Antes do vencimento
E terem falta de mim.
E se eu sair da Terra,
Quando apodrecer,
Não terão saudades,
Por nada poder fazer,
E quem não faz nada,
Jamais terá valor.
Ora, só terá sucesso
Com algo encantador.
E uma coisa vencida
É tirada do comércio
E jogada fora sim,
Sem nenhum sucesso.
E quem quiser ficar
Na Terra, já vencido,
Fique até apodrecer.
Não vai dar prejuízo,
Eu quem não quero
Ficar no Orbe Terra,
Sobretudo no meu
Bom pé de serra
Titulado Bananeiras,
Vencido, mas eu sou
Sujeito a ficar sim,
Vencido e sem valor.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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