Eu estava num lugar
E começou a chover,
E a mãe dum menino
Mandou ele trazer
Um guarda-chuva.
Daí então, o menino
Usou a inteligência,
A sabedoria, e rindo
Lhe trouxe um balde.
Daí a mãe perguntou:
“Cadê o guarda-chuva?”
Daí o menino mostrou
O balde pra sua mãe,
Dizendo bem assim:
“Aqui.” A mãe achou
Sim, isso muito ruim
E disse: “Filho, isso é
Um guarda-chuva?”
O menino brincando
Objetou: “Sem dúvida,
Minha mãe querida.”
A mãe gritou: “Besta,
Guarda-chuva é isso!”
O filho pôs na cabeça
O balde e disse sim:
“Veja quem guarda
Mais chuva agora.”
Sua mãe deu risada
E disse: “Onde você
Achou inteligência,
Ó filho?” O menino
Olha, para e pensa,
Depois redarguiu:
“Claro, mãe, foi Deus.
Porque isso aí não
Guarda nada, e meu
Balde guarda tudo.
Guarda água, guarda
Farinha, guarda milho,
Guarda feijão em casa
E o seu não guarda
Nada disso, como vai
Guardar chuva, mãe?
Por que Cientista faz
Coisas sem sentido,
Eu vou acreditar?
Vê o quanto de chuva
Já guardei, vem olhar.”
Ora, o menino tinha
Razão de trazer balde
Para guardar chuva.
Esta é a pura verdade.
O menino provou que,
O guarda-chuva não
Guardava nada, nem
Guardará, é proteção.
Tem coisa que não
Dá para um louco
Engolir, imagina quem
Já sabe um pouco.
Hoje, pensando bem,
O menino tem razão,
Pois o balde guarda,
E guarda-chuva não,
Ele somente protege.
Então, é bom batizar
Essa proteção com
Outro nome, aí dará
Para a gente crer
Que ele pode então
Ser na verdade,
Apenas proteção.
Mário Querino – Poeta de Deus
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