Ora, alguém inquiriu:
“O que eu devo fazer
Quando vejo a Mulher
Sair repleta de prazer,
E eu sem ter nenhuma
Importância para ela?”
Ora, quando ela sair,
Feche a porta e janela,
E fique na boa lendo
Sim algum livro bom
Para então se edificar,
Ouça um suave som
Para alegrar o coração
Até o regresso dela.
Quando ela voltar sim,
Abra a porta e janela,
Receba com mais fé,
Paz, amor, júbilo e sim,
Muita, muita gratidão,
Pra que seja até o fim
Um marido romântico,
Estático e sentimental,
E a sua vida seja sim,
Amada entre o pessoal.
Porque ainda que você
Queira lhe privar aqui,
Para vê-la do seu jeito,
Isso não vai conseguir,
Porque o seu coração
É terra que ninguém
Anda. Por isso faça sim
O bem, deixe também
Ela fazer o que ela ama.
Pois ela não é criança
Para não saber separar
Entre suas andanças,
O bem do mal, o bom
Do ruim, a alacridade
Da tristeza e o amor
Do ódio. E a felicidade
Que já adentrou na sua
Casa, deve continuar,
Não é por isso que você
Vai a cabeça abaixar,
Dando lugar a solidão.
Então, deixe ela ir sim,
Na boa, não queira ir
Somente pra ver o fim
Da sua felicidade. Não
Roube o prazer dela,
Pois todos têm direito
De viver como vive ela.
Não se preocupe com
O que ela pode fazer
Ou não, fique frio sim,
E no porvir vai saber
O procedimento dela.
Daí a decisão é sua,
Se não puder mandar
Ela, vá você pra rua,
Quem sabe lá apareça
Alguém que tire sim
A sua barba, corte seu
Cabelo e te dê em fim:
Calçado novo, roupa
Nova, quem sabe sim,
Um bom terno para
Você tintim por tintim
Ficar muito elegante.
Então, quem chora é
Quem vai se embora,
Deixando quem quer,
Por uma peripécia sim.
Então, ó meu amigo,
Não fique no mundo
Por nada constrangido.
Nada chega sem Deus
Enviar ou permitir.
Por isso deixe a Mulher
Livre para se divertir.
Pois ainda que você vá
Tirar o seu prazer,
Não vai mudar a ideia
Que já pôde escrever
Na tábua do coração.
Pois você pode achar
Que ela está amando
Você, só porque está
Lhe privando, porém,
Por trás disso tudo ela
Carrega outro na vida
Iludido no sorriso dela,
No olhar que ela tem
E na vida que ela leva,
É a grama do vizinho
Que o ínvido enxerga.
Ora, não se preocupe
Com a sua Mulher não,
Pois no Orbe moderno,
Repleto de informação,
Brevemente você vai
Saber as besteiras que
Ela fez, caso tenha feito
Algo feio contra você.
Daí cara, a decisão é sua,
Não será mais obrigado
Permanecer com ela,
Sendo traído e ao lado.
Ora, entre na sua casa
Feche a porta e janela,
Leia livro, ouça canção,
E numa boa espere ela.
Ninguém é obrigado
Não, te amar aqui,
Mas você deve amar
Quem não gosta de ti.
Porque esse é o papel
De um bom cristão:
Amar os outros, ainda
Dentre a vil ingratidão.
“Quem gosta de dar
Alegria aos outros,
Consegue que os outros
Façam o que lhe dá
Alegria” (S. João Bosco).
Então, fique em casa
Cheio de paz e alegria
Esperando sua amada.
Não achando que seja
Dono dela na Terra,
Sobretudo no meu
Amado pé de serra
Intitulado Bananeiras,
Lugar onde eu nasci,
Cresci, já estou velho
E nunca eu feneci
Por falta de ninguém
Neste vasto Planeta,
Onde não boto mais
Minhoca na cabeça.
Eu devo me deparar
Com tudo no meu
Viver, pois nada vem
Sem o alvará de Deus.
Mário Querino – Poeta de Deus
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