Ora, reconheço que
Tem muita gente
Capacitada no falar,
E no agir. É inteligente
A pessoa que estuda,
Seja na Área da Ciência,
Tecnologia ou Religião,
Expõe sim, inteligência
E bastante sabedoria.
Mas uma coisa eu digo:
Tudo isso é transitório,
Nada disso é garantido
Para um final ditoso.
O que poderá fazer
O Cientista velhinho?
Que destreza pode ter
Um bom Técnico com
Idade avançada aqui
No Planeta Terra?
Onde Teólogo pode ir,
Quando suas forças
Chegarem ao fim?
Então, eu chegando
Minha velhice assim,
Sem ser um Cientista,
Sem ser um Técnico
E sem ser um religioso
Que já anda esperto
Para sempre ganhar
Muita grana, se achar
O mais feliz e o dono
Do Céu, pra mim está
Muito boa a minha
Passagem pela Terra,
Mormente no Distrito
Meu bom pé de serra
Titulado Bananeiras,
Onde eu nasci, cresci
E estou indo bem sim,
Com a Mulher que vi
Na minha mocidade
E com ela me casei,
E entre altos e baixos
Amei, amo e amarei
Independentemente
Do que me acontecer,
Porque o que me faz
D. Marisa neste viver,
Devo reconhecer sim.
“Pão comido é esquecido.”
Essa ideia não carrego
Nem carregarei comigo.
Me acho um cara feliz,
Porque para onde vai
O Cientista, o Técnico
E o Teólogo, sou capaz
De ir também quando
Chegar a hora melhor.
Que hora, ó Querino?
Ora, de retornar ao Pó.
Claro, muitos já foram
Comidos pela cal,
Muitos já viram cinza,
E outros por animal
Já foram sim comidos.
Então, quero virar pó,
Como Deus determina,
Pois assim será melhor.
Então no final do labor,
O corpo voltará ao Pó,
A Ciência, a Tecnologia
E Religião não terão dó
Do Cientista, do Técnico
Nem do melhor Teólogo.
Então, o melhor é fazer
O bem, e façamos logo,
Antes de ser sim, tarde
Demais. Porque o final
De tudo isso será sim
Sem dúvida, tudo igual.
Alguém pode inquirir:
“E o que será melhor,
Ser comido pela cal
Ou no Chão virar pó?”
A inquire é inteligente,
Vem de alguém sabido
Contudo, o que eu
Devo dizer ao amigo?
Ora, simplesmente só
Isso, para não deixar
Sem revide o indago:
Você pode sim indagar,
Mas a pergunta deve
Ser direcionada para
Quem já passou pelo
Processo. Sou um cara
Que nunca fui comido
Por cal nem pelo Chão,
Por isso não sou eu
Quem objeta, irmão,
O inteligente indago.
Ora, quando eu morrer
E passar pelo processo
Eu venho então dizer.
Daí então, alguém fez
Uma careta para mim,
Após falou meneando
A cabeça, bem assim:
“Você enlouqueceu,
Ó cara? Fique por lá,
Nada venha me dizer,
Deixe eu neste lugar
Em paz e sossegado!”
Ora, como posso falar
Que uma coisa é boa
Ou ruim sem provar?
Assim, eu ouço e vejo
Alguns dizerem, que
O Céu é lindo, é lugar
Rico e de muito lazer,
Mas nunca foram nem
Querem ir para o Céu.
Não é algo entranho?
Ora, eu sou tabaréu,
E moro numa chácara
Titulada Santa Maria,
Com uma boa Mulher,
Que me ama todo dia,
Ouço pregador dizer
Que o Céu é um lugar
Rico, bonito e de paz,
Mas não quer ir pra Lá,
Só irá na última causa,
Quer dizer, quando já
Não prestar para nada
Na Terra, é pra pensar
Numa história dessa.
Então, não posso dizer
Se será melhor a cal
Ou a Terra me comer.
Mas fiques esperando
Eu morrer e passar
Por esse processo,
Daí eu venho lhe falar.
Ora, alguém arregalou
Os olhos pro meu lado
E disse: “Não cara, me
Deixe aqui sossegado!”
Então a vida é assim,
Tudo que a gente faz,
Não terá sentido não,
Quando a gente vai
Para uma catacumba.
Se o Cientista, o Técnico
E o Teólogo se acharem
Melhores que eu, certo,
Têm o seu direto aqui,
Porém, serão tornados
Pó, cinza ou em fezes,
Caso sejam devorados
Por algum animal sim.
Por isso eu vivo bem
Na Chácara Santa Maria
Usando enxada também.
Essa ferramenta pode
Ser usada para enterrar
O Cientista, o Técnico
E o Teólogo. Duvidará?
Então, ninguém será
Melhor do que eu não,
Sobre a face do Planeta
Intitulado sim, Chão.
Essa pergunta é sim,
Muito inteligente,
Sabida e bem curiosa,
Porém, francamente,
Só posso responder
Quando eu passar sim
Pela morte que, sem
Dúvida, já visa a mim.
Mário Querino – Poeta de Deus
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