Ontem, após as 22
Horas, eu me deitei
Na boa, e do nada
No sono eu peguei
E comecei a sonhar:
Havia um senhor
Num determinado
Lugar, e com labor
Construiu uma casa,
E nessa casa tinha
Um quartinho sim,
Que sempre vinha
Repleto de objetos,
É óbvio, sem alto
Valor, mas era dele,
Nesse bom espaço.
Daí então, um cara
Começou a mexer
Sem sua permissão,
O que o dono fazer?
Como o senhor era
Uma pessoa crente
Na Palavra de Deus,
Usou bem a mente
Pra ele não ferir não,
Aquele irmão fora
Da Lei. O que ele fez?
Já vou contar agora,
Para todo mundo ver
Como a inteligência
E a sabedoria agem
Com boa experiência.
Esse senhor fez algo
Que marcou o cara
De maneira inegável,
É uma intuição rara
Neste vasto Planeta
Intitulado Terra,
Sobretudo no meu
Querido pé de serra
Onde nasci, cresci
E vivo sonhando sim
Ao lado de D. Marisa,
Mulher que pra mim
É uma companheira
Sábia e inteligente,
E com amor edifica
A sua casa contente.
Ora, esse senhor viu
Que não dava jeito
Nos casos de roubo,
Contudo, insatisfeito,
Usou a inteligência
E sabedoria na boa.
O que ele fez então,
Para pegar a pessoa
Que estava mexendo
No pequeno quarto,
Onde ele guardava
As coisas? Ora, acho
Que ele fez algo bom,
Sem precisar ferir
O seu próximo, pois
Todos somos aqui
Irmãos, mesmo com
Costume oposto,
Que muitas vezes só
Traz sim o desgosto.
Então, esse senhor
Fez uma armadilha
Muito interessante,
Pegou uma vasilha
Encheu de tinta boa,
Claro, tinta que não
Larga com dois jeito,
E pôs sobre o portão,
Colocou uma tábua
No chão presa sim,
Por um forte cordão
E tintim por tintim,
Ele amarrou na lata
De forma camuflada,
Para quando o cara
Pisasse nessa tábua
Virasse a lata de tinta
Sobre a cabeça dele.
Daí com pretensão
Quis reconhecer ele,
O irmão que estava
Mexendo no quarto
Onde o senhor tinha
Suas coisas, de fato.
Passou uma noite
E um dia, e ele não
Apareceu, o senhor
Deixou a armação
Ativa, pra conhecer
O irmão que mexia
Em seu quartinho.
O senhor já dormia
Com sentido de ver
O cara todo pintado.
Daí então o cara foi
Mexer sim animado,
Mas quando chegou
No portão do quarto
E pisou nessa tábua,
O cordão, de fato,
Puxou a boca da lata,
A ponto dela virar
E a porção de tinta
Sobre ele derramar.
Ora, o cara ficou sim
Ensopado de tinta
Que não saia com
Dois jeito. Daí pinta
Aquele cara na rua
Todo pintado sim,
E um lhe indagava:
“Por que está assim?”
Outros lhe diziam:
“Cara, como incidiu
Tudo isso com você?
Ora, parece que caiu
Num poço de tinta?”
Daí então o senhor
Que fez a armadilha,
Muito triste ficou,
Porque esse cara
Era seu bom vizinho.
Daí o senhor parou
E pensou sozinho:
“Por que ele não veio
Pedir o que carecia
Na sua casa? Isso só
Tira a minha alegria,
Eu posso dar algo
Que tem no quarto,
Guardei lá para eu
Não jogar no mato.
Não esperava isso
Acontecer com ele,
Pois eu gosto tanto
De ficar perto dele,
Obviamente, falando
Sobre isso e aquilo,
Achava que ele fosse
Um cara tranquilo.
Agora, essa tinta vai
Ficar no seu corpo
Muito tempo, mas
Não era meu gosto
De ver meu vizinho
Desse jeito, agora,
Nada posso fazer,
Vai ficar manchada
Sua cara por muito
Tempo, a tinta é
Muito boa e não
Sairá com qualquer
Coisa.” Ora, eu fico
Sentido na Terra
Mormente no meu
Amado pé de serra
Titulado Bananeiras,
Onde nasci, cresci
E vivo com a Mulher
Sim, que eu conheci
Na minha mocidade,
E essa Mulher lida
Sempre ao meu lado,
A mulher é D. Marisa,
Que enquanto sonho,
Ela dorme sossegada,
Até amanhecer o dia
Para cuidar da casa.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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