Poeta Mário Querino 18/03/2019 |
Alguém disse Assim:
“Ei cara, vais morrer!
Pra que fazeres isso?
Ora, vai desaparecer.”
Mas o que responder?
Soubeste só agora?
Desde quando eu nasci
Ouvi dizer, não ignora
O meu coração, amigo,
Sou cônscio da noção.
Seria um homem besta
Se respondesse: Não.
Mas enquanto a Morte
Não aparece, eu faço
Algo que me importa,
Entre meu bom espaço.
Alguém perguntou sim:
“Não tens medo não?”
Daí então eu respondi:
Se tiver morrei, ó irmão,
E se não tiver morrerei.
Então porei na cabeça
Algo que pode tirar sim,
Minha Paz no Planeta?
Algo que já sou cônscio
Que sobrevirá na Terra?
Importa é eu viver bem
Neste bom pé de serra.
Ora, alguém comentou:
“Mas até Jesus Cristo,
Temeu a Morte, irmão,
E tu tão frio dizes isso?”
Rebati numa boa sim:
Quem disse que Jesus
Temeu à Morte, irmão,
Se já era ciente da cruz?
Alguém objetou assim:
“A Bíblia Sagrada relata
Muito bem, leia bem,
Que isto n’Ela tu achas.”
É claro, já li muito sim,
Mas o texto não relata
Que Jesus temeu não,
A Morte, quem achas
Que Ele temeu és tu.
Apenas Ele pediu ao Pai,
Que não voltasse antes
De vencer a Satanás,
Que oferecia tudo aqui,
Ainda, não tendo nada,
Pois tudo é do Pai. Isto
Li na Bíblia Sagrada.
Com fé e muita atenção,
E entendi que, se Jesus
Tivesse morrido antes
De chegar a cruel Cruz.
Ele seria um derrotado.
Pois não teria cumprido
A Missão que seu Pai
Tinha lhe determinado.
Agora, eu indago assim:
Se Jesus é o Caminho,
A Verdade e a Vida
(Penses neste versinho),
Por que temeria a Morte,
Que opera sob o seu Pai?
Querendo ou não, a gente
Luta, porém, tudo isto vai
Ficar para os posteriores.
Mas alguém disse assim:
“Eu sou a Morte, ó cara!”
Porém, tintim por tintim,
Eu comentei numa boa:
Não acredito que sejas,
Se fosses, não estaria
Vivo na terra sertaneja.
E quando a Morte vem,
Não dar chance pra falar
Nem assim: “Deus, perdoe
Meus pecados.” Vá pra lá
Que não perderei horas
Comentando sobre algo,
Que desde quando nasci
Ouço falar neste Povoado
E ainda em toda a Terra.
Então, morrer não é
Pra mim uma novidade,
Eu já sigo morrendo até
Morrer a última célula,
E voltar alma e espírito
Para Deus, que me deu
Neste amado Distrito,
Meu ilustre pé de serra,
Intitulado Bananeiras.
Agora, me deixe em paz,
E para de falar besteiras.
Mário Querino – Poeta de Deus
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