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Alguém assim indagou:
“Já foste algum tempo
Vaqueiro?”
Por amor
A esse relacionamento
Que já tive no passado
Com os nossos animais,
Rebati bem animado:
Fui, e gostava demais.
Porque o gado era sim,
Natural, sem pintura,
Sem essas coisas ruins
Que vivem na cultura
Deste moderno povo.
Hoje em dia, ser Pastor,
Desse rebanho novo,
É
função que não vou
Nunca assumir mais.
Por que afirmo assim?
Porque não sou capaz
De tintim por tintim,
Reconhecer
as ovelhas
Que
hoje estão de pele
Branca, amanhã alheias
De pele amarela, seguem
Uns dias sempre assim.
Após, a pele já é preta,
Ora, minha vista já ruim,
O consciente na cabeça
Tentando entender bem
A
cor da pele das ovelhas,
Sem saber mais também,
Se são minhas ou alheias.
Então pra viver contente,
Prefiro ficar na porteira.
Pois só entra no ambiente
Tendo a cor verdadeira.
Pois assim tenho dúvidas,
Ao vigiar. Hoje, são brancas,
Amanhã, tudo já muda,
Verei amarelas e tantas
Outras,
pretas, laranjas
E
também vermelhas.
Hoje
em dia, não andam
Na
singeleza as ovelhas.
Por
isso eu gostei de ser
Vaqueiro
no passado,
Mas hoje, só vou manter
Na porteira o cuidado.
Mário Querino – Poeta de Deus
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