Ontem, eu me deitei
E dormi um soninho
Durante a madrugada,
E daí sonhei, sozinho
Na praça do Distrito:
Eu fiquei na frente
Da casa que era sim
De Alzira, e contente
Pegava água na bacia
Que estava sobre
A parede da cisterna,
Que nunca mais pôde
Ficar repleta de água.
Então, eu pegava sim
A mangueira e botava
Nessa bacia, e assim
Eu lutava para que
A mangueira ficasse
Dentro dessa bacia,
Por mais que lutasse,
Essa mangueira não
Segurava, e caía sim
Dentro da cisterna.
Então, disse pra mim:
Eu vou deixar dentro
Da cisterna até ficar
Repleta de água boa
Para eu me alegrar.
Daí então, eu dei sim
As costas um pouco,
E quando eu voltei
Fiquei quase louco
De tanta alacridade,
Pois a cisterna estava
Realmente repleta,
Quase transbordada.
Daí eu entrei na casa
De meu irmão Quide
E lá estava a Marisa
Feliz e falando livre
Com algumas pessoas,
E minha irmã Nininha
Estava lá. Daí eu falei:
Já está cheia a minha
Cisterna, é um sonho
Ou é uma realidade?
Então a Marisa disse:
“Deixes ela à vontade,
É bom que transborde
Para sair toda a sujeira.”
Então eu via a água
Saindo da mangueira
E o vento lhe vibrando
Criando ondas bonitas.
É assim que a água
Queria ficar, e não fica,
Por ter alguma barreira
Que lhe impede servir
A todos com alacridade.
Por isso ontem dormi
Tranquilamente, pois
Quando Deus quer dar
Algo para o seu povo
Se o Diabo querer ficar
No meio impedindo,
Deus logo lhe expulsa.
Porque Deus nunca
Perdeu nenhuma luta.
Daí eu me acordei sim,
E quis redigir a história
Do sonho que eu tive
Para ficar na memória
Dos amigos e amigas
Que vivem na Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra.
Mário Querino – Poeta de Deus
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