Hoje, meio-dia, eu
Cheguei do trabalho
Público que eu faço,
Vim feliz no atalho
Para já comer feijão
E arroz. Às 13 horas,
Voltar ao trabalho
Que eu sem demora
Queria recomeçar.
Mas quando cheguei
No portão, avistei
Algo sim, não gostei,
E fiquei preocupado
Com as plantas sim.
Não podia fazer nada
E tintim por tintim,
Tentei a pôr de volta
Para o seu pasto.
Como tenho medo,
De vaca, saí do espaço,
A vaca alçou o rabo,
E daí cagou e mijou,
Balançou sua cabeça
E me amedrontou.
Vim pra casa e disse:
Deus não permita
Esta vaca comer não,
As plantas, ela já fica
Andando pela roça.
A vaca veio e ficou
Defronte a casa sim,
Como quem escutou
Alguém falar: “Agora
Fique no terreiro
Da casa do Poeta
O seu tempo inteiro,
Até o seu dono vier
Buscar, não dê não,
Ao Mário Querino
Uma preocupação.
A vaca ficou em pé
Como se ela fosse
Atada, até cochilou.
Então Deus trouxe
A vaca, e não mexeu
Na plantação não.
Depois eu entendi
Bem a comunicação:
“Como e cago aqui,
Eu bebo aqui e mijo
Aqui também, e não
Vou não, ó amigo.
Porque aqui é bom,
Eu gostei até demais.
Não mexi em plantas,
Só o capim satisfaz
Uma vaca como eu.
Então, grato Mário
Querino, este capim
É sim o necessário,
E esta água tão boa
Do poço de Mário
Querino, é aceitável,
Este lindo Cenário
Me deixa encantada,
Por isso eu entrei
Para me alimentar,
Porque em ti confiei.”
Não sou contra a vaca,
Pois ela dá leite sim,
Pra gente comer com
Cuscuz, fazer pudim,
Requeijão, manteiga,
Vários doces, cocada
E depois dar a carne
Pra uma churrascada.
Ficaria mal se tragasse
Nossas mangueiras,
Nossos coqueiros
E suas companheiras.
Como ela não comeu,
E foi muito educada,
Agora ficará notória
Por visitar esta casa.
Gosto de seres vivos
Assim, bem educados,
Ainda que não sejam
Vistos, tenho amado
A todos, com a sua
Própria natureza.
Eu receie esta vaca,
Mas ela é gentileza.
Mário Querino – Poeta de Deus
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