Hoje cedo, eu fui sim,
Me vacinar pra Gripe
Recear e não vir aqui
Não, me deixar triste.
Sei que ela não vai
Com a minha cara,
Pois quando ela vem
E comigo se depara,
Eu logo lhe mando
Ir pro inferno, pois
Ela não se sente bem,
E aqui não cabe dois
Rivais. Eu ou a Gripe
Deve ficar. E se eu
Ficar junto a ela irei,
Se o Senhor Deus
Permitir, na Drogaria,
Comprar uma droga
E farei ela engolir sim,
Daí ela se vai, e nova
Criatura eu serei sim.
Agora, acha que sou
Besta, para comprar
Remédio? O Senhor
Deus que me livre,
Comprar remédio
Pra fortalecer Gripe,
Por meu intermédio,
Dou logo é veneno,
Para essa vil Gripe
Se atroar no Inferno,
Não me deixe triste.
Agora, há gente que,
Começa coçar nariz,
Garganta e ter a dor
De cabeça, é infeliz,
Daí caça uma cama
Pra se entregar sim.
Por isso a tal Gripe
Não gosta de mim.
Pois eu mando logo,
Ela ir pro Inferno sim,
Que meu corpo não
Cabe ela e nada ruim.
Quem acha que vem
Encontrar moleza,
Está sim, enganado,
Pois minha natureza
Já é de gente louca.
Quando a tal Gripe
Já começa se exibir
E deixar povo triste,
Procuro a Drogaria
E trago uma droga,
Para de cara eu dar
A ela. Daí não sobra
Nenhum lugar não,
Pra tal Gripe ficar.
Por isso antes de ela
Chagar, fui preparar
O meu velho corpo,
Pra quando chegar,
Ela já encontrar sim
Uma droga no lugar.
E quando ela sentir,
Sair na toda, doidona.
E eu gritando: vem
Pra cá, Dona fulana!
Pensava que eu daria
Bom remédio? Aqui
Eu lhe dou é droga
Pra você então sumir...
Mas há gente que fica
Dizendo: “Tô com essa
Gripe... Não vou ralar!”
Vem à casa do Poeta,
Que você sai na toda,
E ainda dizendo sim:
“Estou louca, o Poeta
Deu droga pra mim...”
Mário Querino – Poeta de
Deus
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