Hoje, já está previsto
Mandar tirar a barba,
Após verei o registro,
Obviamente em casa,
Defronte ao espelho,
Saberei se mais novo
Fiquei, se fiquei, creio
Na ideologia do povo.
Então, até aqui ainda
Não estou crendo não,
Pois o tempo se finda
E eu sigo assim velhão.
Por mais que eu seja
Um louco na Terra,
Nesta área sertaneja,
Meu bom pé de serra
Onde já completei 60
Anos de existência,
Não sigo quem pensa
Ter essa inteligência.
Pois sou cônscio sim,
Que o tempo jamais
Regressará para mim,
Nem para os animais,
Nem para os insetos,
E nem para os peixes.
Também estou certo:
Ainda que se queixes,
O tempo não voltará
Para os répteis, nem
Para as aves. Se passar
Um segundo também
Na vida dos vegetais
Nunca mais voltará.
Então, nada aqui faz
Mais novo eu ficar.
Ainda se eu mandar
Tirar a minha barba,
A minha pele puxar
E me trajar em casa,
A minha velhice será
A mesma na Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra.
Somente há um jeito
Para agradar ao povo
Que vive insatisfeito...
É sim, morrer novo.
Porque velho com 60
Anos, querer mostrar
Que ainda ele pensa
Que novinho vai ficar,
Pra mim é sim borrice.
Pois tempo não volta,
Se regressasse, triste
Eu seria. Ora, se gosta,
Procures um jeito sim,
Para não ficares idoso.
Conselho bom ou ruim,
Dou, que morras novo.
Como eu quero ficar
Um cara velhinho,
A Morte fique pro lá,
Não ande no caminho
Onde eu passar com
Traje ruim ou terno,
Se ela me achar bom,
Eu mando pro Inferno.
Pois quero ser idoso
Com mais anos de vida
No meio deste povo
E ao lado de D. Marisa.
Ora, como não aceitar
As rugas no meu rosto,
Barba branca que está
Me dando bom gosto?
A sugestão que eu dou
Pra quem não quer ser
Velho diante do Senhor,
É bem novinho morrer.
Não queres ser idoso?
Não terá escapatória,
Sairá do meio do povo
E terminará a história.
Sempre na elegância,
Vivas como D. Marisa,
Com alma de criança.
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