quinta-feira, 28 de maio de 2015

MURIÇOCA DÁ RAZÃO AO AMIGO SAPO



A muriçoca deu razão
Ao nosso amigo sapo,
Pois o Poeta pôs portão
Sem nenhum buraco.


Eu, amiga muriçoca,
Não tenho essa queixa,
Porque entro pela porta
Que o amigo Poeta deixa


Aberta até mais tarde sim,
E ainda na parte superior
Do portão há greta pra mim.
Então fazer queixa não vou.


O nosso Poeta é gente boa,
A gente entra em sua casa,
A gente anda, bagunça, zoa
E o Poeta não arenga nada.


A esposa dele, D. Maria José,
Fica rezingando com a gente,
Pois dormir sossegada quer
E a gente lhe turba sempre.


Então ela fala aborrecida:
“Que muriçocas chatas!”
O Poeta diz: “São amigas,
Você que é assim ingrata.”


Daí ela manda pôr Bom Ar,
Para nós ficarmos quietas,
Outras começam a chegar
E a gente faz um boa festa.


Sua casa fica bem cheirosa
E atrai as nossas amigas,
D. Maria José fica nervosa,
A gente para isso nem liga.


Pois o Poeta nos quer bem,
Ele acha que a gente é feliz
Visitando a casa que ele tem
Neste cantinho do país.


Tem razão nosso amigo sapo,
Porque realmente, o portão
Não tem nenhum buraco
E o sapo só anda pelo chão.



Mário Querino – Poeta de Deus 

Poeta Mário Querino 

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