A muriçoca deu razão
Ao nosso amigo sapo,
Pois o Poeta pôs portão
Sem nenhum buraco.
Eu, amiga muriçoca,
Não tenho essa queixa,
Porque entro pela porta
Que o amigo Poeta deixa
Aberta até mais tarde sim,
E ainda na parte superior
Do portão há greta pra mim.
Então fazer queixa não vou.
O nosso Poeta é gente boa,
A gente entra em sua casa,
A gente anda, bagunça, zoa
E o Poeta não arenga nada.
A esposa dele, D. Maria
José,
Fica rezingando com a
gente,
Pois dormir sossegada quer
E a gente lhe turba sempre.
Então ela fala aborrecida:
“Que muriçocas chatas!”
O Poeta diz: “São amigas,
Você que é assim ingrata.”
Daí ela manda pôr Bom Ar,
Para nós ficarmos quietas,
Outras começam a chegar
E a gente faz um boa
festa.
Sua casa fica bem cheirosa
E atrai as nossas amigas,
D. Maria José fica nervosa,
A gente para isso nem liga.
Pois o Poeta nos quer bem,
Ele acha que a gente é
feliz
Visitando a casa que ele
tem
Neste cantinho do país.
Tem razão nosso amigo sapo,
Porque realmente, o portão
Não tem nenhum buraco
E o sapo só anda pelo chão.
Mário Querino – Poeta de
Deus
Poeta Mário Querino |
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