sexta-feira, 10 de julho de 2015

COR SIM, COR NÃO

Poeta Mário Querino 10/07/2015


Às vezes por não analisar
Uns altos gritos usados,
Podemos cometer delito
Deixando-nos execrados.


Eu estava feliz com a vida
Andando na rua do Distrito,
Claro, vestido numa camisa,
E ouvi altos e fortes gritos:


“Cor sim, cor não, cor sim,
Cor não, cor sim, cor não...”
Então, não achei tão ruim,
Pois não sabia dessa razão.


Quando olhei, assim ouvi:
“Cor sim, cor não, cor sim,
Cor não, é você mesmo aí!”
Observei tintim por tintim


O cara dando com a mão
E ainda gritando bem assim,
Mais alto: “Cor sim, cor não..."
Pensei: Ele se dirige a mim?


Então, eu parei desconfiado,
Esperei o cara e perguntei:
Qual a razão desse chamado?
O cara falou: “Muito gostei


De sua linda camisa, amigo,
É muito bonita, eu te chamei,
Se tem isso compreendido,
Pois sobre você eu já escutei


Que é uma pessoa paciente
E analisa tudo antes de agir,
Queria saber se é realmente
Ou é só boato o que já ouvi.”


Então comentei bem assim
Olhando pra minha camisa:
Cor sim, cor não, isso é ruim,
Pra quem vive feliz da vida?


O cara falou com satisfação:
“Já vi, por nada você briga,
Se fosse eu, cor sim, cor não,
Nem pensava nessa camisa...”



Mário Querino – Poeta de Deus


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