Poeta Mário Querino debaixo da Ponte do Rio Aipim no Distrito de Bananeiras 17/05/2017 |
Quando eu era adolescente,
Neste mês de maio já tinha
Milho e feijão para a
gente
Capinar, ora, a ledice
minha
Era pegar uma enxada e ir
Para a roça com o meu pai
E meus irmãos para carpir.
Isso era bom até demais.
Na roça de meu pai tinha
Cerca de 5 homens cavando
E mulheres semeando, vinha
Vizinho ficar contemplando
A virtuosa turma
trabalhar.
Às vezes era até obrigado
Essa boa turma parada
ficar,
Chovia e ficavam molhados.
Hoje são dezessete do mês,
E nem terra pronta já tem.
Então, agora parei e
pensei:
Deus, a era se vai e não
vem!
E se vir ninguém
aproveita,
Pois não se faz plantação
Como antigamente era feita
Aqui no meu amado sertão.
Hoje em dia o maquinário
Já está fazendo quase
tudo,
Com apenas um operário,
Mesmo sem o bom estudo.
Basta saber ler um pouco
Para aprender a conduzir
Com satisfação, bom gosto
E fazer o que fazíamos
aqui.
Agora eu vejo que a chuva
Está se distanciando sim,
Não traz nenhuma dúvida
Aos conterrâneos e a mim.
Realmente, nosso Inverno
Está sem chuva no
Distrito,
Já está seco o nosso terno
Rio Aipim, antes não via
isto.
A coisa está complicada,
Mas se este povo implorar
A Deus com fé na Palavra,
Tudo então pode melhorar.
O movimento da plantação
Já se foi, e gente
satisfeita.
Não há o regozijo no
sertão,
Porque não há mais
ceifa...
Mário Querino – Poeta de
Deus
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