Poeta Mário Querino 12/05/2017 |
Nesta noite dormi pouco,
Me deitei às duas horas
E trinta minutos, sem gosto
E já pensando na aurora.
Dormi até às cinco horas
E quinze minutos. Abri
Os meus olhos e vi agora
Tudo que eu sonhei aqui.
Sonhei que eu era chefe
E lidava com dinheiro,
Como alguém se enaltece
Ao auferir o tempo inteiro
Fama, elogio, poder, afeto
E muitas coisas mais,
Eu chefiava com sucesso
E o povo admirava demais.
Mas as coisas iam certas,
Após eu me iludir em algo
Que traria uma flecha
Clavada com força do lado
Esquerdo, onde fica sim
O meu coração, a caixa
Que o Senhor deu a mim
Para eu guardar as graças
Que mais mereço na vida.
Daí essa flecha rompeu
O meu peito, fez a ferida
Permitida por meu Deus.
Pois eu tinha consciência
Que essa flecha me viria,
Mas ouvi a desobediência
E lhe atendi sem uma vigia.
Pois minha mãe me dizia:
“Nem tudo que parece
Bom vai nos trazer alegria.
Nem tampouco enaltece
A vida da pessoa na terra.”
Eu tive este sonho e
fiquei
Pensando no pé de serra:
Por que assim eu sonhei,
Em duas horas e quarenta
E cinco minutos de sopor?
Claro, eu observo agora
E agradeço ao meu Senhor
Por me dar esse alerta.
A pessoa que lida com
grana
Deve ficar toda hora
esperta,
A ilusão do mundo engana,
Mostra tudo bom e gentil,
Após a pessoa acostumada
Nesse jeitinho do Brasil,
As capas são derribadas.
Após aparece nua e crua
A podridão que achamos
Elogiada por todos da rua
No meu cantinho baiano.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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