Alguém ia passando sim,
Pela praça do Distrito
Intitulado Bananeiras,
Daí do nada ouviu isto
Quando o amigo falou:
“Tudo parado e fechado,
Está uma tranquilidade,
E isso deixa desanimado,
Há pessoas que gostam
De ficar no Quiosque,
Bares e ainda nas ruas.”
Outro disse: “Que goste
Esse que vai passando.”
Claro, falou com ironia
Que tudo estava bom.
E com muita sabedoria
Alguém redarguiu assim:
“Não está tão bem não,
Pois todos estão calmos
Assim, não é de coração,
Mas por serem forçados,
E tudo que a gente faz
Obrigado, não se sente
Ditoso, ainda que a paz
Reine entre os irmãos,
A vida oprimida deixa
Todo mundo altercando
E fazendo suas queixas.
Mas sou assim plácido,
Porque o meu viver
Já foi modificado e já é
Por índole assim eu ser.
Mas esta tranquilidade
Que eu vejo entre vós,
É uma paz camuflada,
A fim de ouvirdes a voz
De alguém que tem sim
Medo de encarar esta
Realidade do mundo.
Ora, pra mim não presta
Este Distrito ficar assim
Com esta tranquilidade.
Bom é se todos fossem
Felizes e tendo liberdade
Pra fazerem o que quer
O coração nesta vida.
Então a tranquilidade
Desta maneira, ó amigas
E amigos, não é boa
Para um povo que tem
Almejo de ficar fazendo
O que do coração vem.
Vocês não estão calmos,
E sim, estão oprimidos,
E demonstram uma paz
Para amigas e amigos,
É claro, uma paz fingida.
Pois no tempo em que
O Governo liberar tudo,
Tudo voltarão a fazer,
E com mais agitamento,
Então, hoje, não presta
Um Distrito na Terra
Com uma calma desta.
Mário Querino – Poeta de Deus
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