Hoje, parei para refletir,
E olhando para o fundo
De um poço onde eu
Neste admirável mundo,
Passei um tempo nele.
Daí eu vendo esse poço
Nesta vida que leva
Meu envelhecido corpo,
Me deu uma sensação
Como que eu iria
Cair nele novamente.
Contudo, nele eu via
Bem lá no fundo algo
Miúdo como semente
De mostarda. Contudo,
Achei que era gente
Dentro. Eu falei assim:
Já estive nesse lugar,
E como consegui sair
Para aqui eu chegar?
Por que agora eu vejo
Que este poço é fundo?
Talvez não tenha não,
Outro assim no Mundo.
Mas ouvi uma história
Que me dá a entender
Que, ao receber ditos
Excessivos fazia descer
Sim, e pisava em cima.
Daí então, eu subia sim,
Um degrau a mais,
Até que eu, em fim,
Cheguei numa boa
Ao ambiente onde eu
Pude andar livremente,
E o poço desapareceu.
Pois ficara sim, cheio
De dito preconceituoso
E não caí mais nele não.
Por isso relato ao povo
Que, para tudo tem
Jeito. Alguém pode
Dizer: “Não pra Morte.”
Mas quem tem fé sobe
Como eu já subi sim,
Do fundo do poço,
E com alacridade eu
Cheguei forte no topo.
Ora, alguém que viu
Este cara há 36 anos,
Agora, pode até ainda
Está se perguntando:
“O Zinho (Mario Querino),
Ainda está vivo?”
Ora, eu estou, e melhor
Do que antes, ó amigo.
Quando me viste, eu
Jazia no fundo do poço,
Agora, graças a Deus,
Já estou aqui no topo
Contemplando o fundo
Do poço onde eu
Passei alguns anos
Vivo pela fé em Deus.
Agora, vejo no fundo
Algo muito pequeno,
Tamanho da semente
De mostarda. Eu vendo
Me dá uma sensação
Que descerei de novo.
Mas já me sinto forte,
Animado e corajoso.
Então, faço perguntas,
Como eu consegui
Sair do fundo do poço
E me achar feliz aqui?
O que eu declarar sim,
Aos amigos antigos
Que acham que morri,
Porém, continuo vivo?
O que agora, pensam
Sobre mim os policiais
De São Paulo, que
Me bateram demais,
Quando eu cheguei
Na Rodoviária Tietê,
Fugido de Bananeiras
À procura do Saber
(Estudo)? Em verdade,
Em verdade, se não
Fosse o nome de Cristo,
Não seria vivo no Chão,
Sobretudo no Distrito
Intitulado Bananeiras
Meu bom pé de serra
Onde fico a vida inteira
Ao lado de D. Marisa.
Mas como todo mundo
Tem a Luz que brilha,
Ainda sendo no fundo
Do mais profundo poço,
Esta Luz pode brilhar,
A ponto de alguém ver
E procurar trazer pra cá
O mais breve possível.
Quem viu a minha vida
No fundo do poço e quis
Trazê-la, foi a D. Marisa.
Por isso hoje em dia,
Lhe digo: D. Marisa,
A senhora pode exigir,
Que eu darei até a vida
Pra senhora ser feliz
Aqui no planeta Terra,
Sobretudo no Distrito,
Nosso bom pé de serra.
Quem salva um louco,
É óbvio, seus pecados
Serão perdoados sim,
O Espírito do Pai amado,
Sempre orienta gente
Que sofre preconceito,
A senhora sofreu muito
Por um Amor perfeito.
A senhora viu a Luz sim,
Flamejando no fundo
Do mais fundo poço,
E teve amor profundo
Por este cara louco,
Que poderia lhe dar
Muita dor de cabeça,
Mas conseguiu trocar
A minha loucura sim,
Pela Inteligência e Saber.
Por isso é motivo sim,
Pra gente agradecer
Ao Senhor nosso Deus
Em nome de Jesus,
Pois se não fosse Ele,
Ninguém viria a luz
No fundo daquele poço
Onde eu passei sim
Alguns tristes anos,
A senhora deu pra mim
Sua terna e carinhosa
Mão calejada, por ser
Uma Mulher do sertão
E luta para sobreviver.
Mário Querino – Poeta de Deus
Nenhum comentário:
Postar um comentário