sábado, 12 de novembro de 2022

É FÁCIL TIRAR UM BOÊMIO DA LOUCURA, SÓ POR AMOR?

 


 

Mário Querino 12/11/2022

Bom-dia! Hoje é sábado,

E já está caindo sim

Uma chuvinha bem fina

E o frio já bate em mim,

 

Porque eu me levantei

As 2 horas da madrugada

Deste maravilhoso dia,

Para eu ter uma Palavra

 

Com o meu Senhor Deus,

Que fez os céus e a terra

Sim, e até eu e D. Marisa

Neste bom pé de serra

 

Intitulado Bananeiras,

É claro, a D. Marisa veio

Da Fazenda Riachão,

Porém, agora, eu creio

 

Que ela vivia em mim,

Quer dizer, no coração,

Deste cara muito louco

Que vive neste sertão,

 

Romântico, apaixonado

E sentimental também.

Por isso já me levantei,

Já faço o melhor. Vem

 

Alegrar o meu coração

A chuva que cai aqui,

Onde estou morando

Com a Mulher que vi

 

E me apaixonou. Ora,

Até aqui eu e D. Marisa

Estamos unidos sim,

Contentes com a vida.

 

Afinal de contas, vemos

A Terceira Idade na boa,

Todo o sofrimento que

Tivemos entre pessoas

 

Que até hoje apreciam

O nosso procedimento,

Já ficou para trás sim,

Já saiu do pensamento.

 

Ora, vencemos na paz,

E com amor: preconceito,

Descasos e mais coisas  

Que já tivemos direito

 

De experimentar nestas

Nossas admiráveis vidas,

Sobretudo a de Mário

E a de D. Marisa,

 

Que foram árduas sim,

Humilhadas e excluídas.

Mas pro Senhor Deus,

Não há gente perdida.

 

Por isso eu, um louco

Sou eterno apaixonado

Por D. Marisa, que foi

Neste Distrito amado

 

Uma carregadeira sim

De água pra madames,

Que faziam sim, pouco

Dela, por ela ser grande

 

Desprovida ao chegar

Neste bom Distrito,

Intitulado Bananeiras.

Mas com a fé em Cristo,

 

Trabalhava pensando:

“Ralarei com bom gosto,

Quem sabe, o Senhor

Me dará sim, um louco

 

Para me amparar aqui.”

E essa menina de 15 anos,

Carregava lata d’água sim,

Com 18 litros, pensando

 

Em vencer, sem perder

A sua fé em Deus Pai.

Certo dia, uma madame

Lhe humilhou demais:

 

A menina Maria José,

Titulada Marisa, encheu

O pote com várias latas

D’água, ao dizer: “Deus,

 

Obrigada, por já ter sim,

Concluído o meu labor!”

Deus lhe viu cansada,

Daí então lhe provou:

 

A madame chegou e viu

O pote cheio, e derramou

Dizendo: “Mande a Marisa

Lavar!” Marisa chorou...

 

E não podia fazer nada,

Porém, Deus fez por ela,

O pote se quebrou sim,

Escapando das mãos dela.

 

Daí ao crescer mais sim

Um pouco, foi trabalhar

Nas roças ganhando,

Para se manter no lugar

 

Intitulado Bananeiras.

E para resumir sua vida,

Era apaixonada sim por

Um boêmio. E Marisa

 

Entre altos e baixos sim,

Vivia aqui forte e firme,

Obviamente sem vacilar,

Ainda não sendo livre.

 

Daí seu boêmio passou

Por uma loucura sim,

Marisa, deve ter orado

Por ele até o fim.

 

Pois o seu amor é puro,

Se não fosse, já teria sim,

Abandonado a tempos,

Mas Marisa segue a fim

 

De dar um bom exemplo

De Mulher que ama,

E quer fazer ditoso

O Homem que chama

 

De meu amor no planeta

Intitulado Terra,

Sobretudo no Distrito,

Meu bom pé de serra

 

Intitulado Bananeiras.

Hoje em dia, a D. Marisa

Já tem roça e tem água

Para servir as vidas

 

Que mais precisarem.

Como hoje é sábado,

É dia de faxina. Ora, eu

E D. Marisa, mãos no arado.  

 

Então, para Deus, não

Tem vida perdida aqui

No planeta Terra,

Onde eu nasci, cresci

 

E me apaixonei por esta

Mulher que me tirou

Duma profunda loucura,

É óbvio, só por amor.  

 

Mário Querino – Poeta de Deus


“Submetei-vos pois a Deus, mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tg 4, 7)


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