Bom-dia! Hoje é sábado,
E já está caindo sim
Uma chuvinha bem fina
E o frio já bate em mim,
Porque eu me levantei
As 2 horas da madrugada
Deste maravilhoso dia,
Para eu ter uma Palavra
Com o meu Senhor Deus,
Que fez os céus e a terra
Sim, e até eu e D. Marisa
Neste bom pé de serra
Intitulado Bananeiras,
É claro, a D. Marisa veio
Da Fazenda Riachão,
Porém, agora, eu creio
Que ela vivia em mim,
Quer dizer, no coração,
Deste cara muito louco
Que vive neste sertão,
Romântico, apaixonado
E sentimental também.
Por isso já me levantei,
Já faço o melhor. Vem
Alegrar o meu coração
A chuva que cai aqui,
Onde estou morando
Com a Mulher que vi
E me apaixonou. Ora,
Até aqui eu e D. Marisa
Estamos unidos sim,
Contentes com a vida.
Afinal de contas, vemos
A Terceira Idade na boa,
Todo o sofrimento que
Tivemos entre pessoas
Que até hoje apreciam
O nosso procedimento,
Já ficou para trás sim,
Já saiu do pensamento.
Ora, vencemos na paz,
E com amor: preconceito,
Descasos e mais coisas
Que já tivemos direito
De experimentar nestas
Nossas admiráveis vidas,
Sobretudo a de Mário
E a de D. Marisa,
Que foram árduas sim,
Humilhadas e excluídas.
Mas pro Senhor Deus,
Não há gente perdida.
Por isso eu, um louco
Sou eterno apaixonado
Por D. Marisa, que foi
Neste Distrito amado
Uma carregadeira sim
De água pra madames,
Que faziam sim, pouco
Dela, por ela ser grande
Desprovida ao chegar
Neste bom Distrito,
Intitulado Bananeiras.
Mas com a fé em Cristo,
Trabalhava pensando:
“Ralarei com bom gosto,
Quem sabe, o Senhor
Me dará sim, um louco
Para me amparar aqui.”
E essa menina de 15 anos,
Carregava lata d’água sim,
Com 18 litros, pensando
Em vencer, sem perder
A sua fé em Deus Pai.
Certo dia, uma madame
Lhe humilhou demais:
A menina Maria José,
Titulada Marisa, encheu
O pote com várias latas
D’água, ao dizer: “Deus,
Obrigada, por já ter sim,
Concluído o meu labor!”
Deus lhe viu cansada,
Daí então lhe provou:
A madame chegou e viu
O pote cheio, e derramou
Dizendo: “Mande a Marisa
Lavar!” Marisa chorou...
E não podia fazer nada,
Porém, Deus fez por ela,
O pote se quebrou sim,
Escapando das mãos dela.
Daí ao crescer mais sim
Um pouco, foi trabalhar
Nas roças ganhando,
Para se manter no lugar
Intitulado Bananeiras.
E para resumir sua vida,
Era apaixonada sim por
Um boêmio. E Marisa
Entre altos e baixos sim,
Vivia aqui forte e firme,
Obviamente sem vacilar,
Ainda não sendo livre.
Daí seu boêmio passou
Por uma loucura sim,
Marisa, deve ter orado
Por ele até o fim.
Pois o seu amor é puro,
Se não fosse, já teria sim,
Abandonado a tempos,
Mas Marisa segue a fim
De dar um bom exemplo
De Mulher que ama,
E quer fazer ditoso
O Homem que chama
De meu amor no planeta
Intitulado Terra,
Sobretudo no Distrito,
Meu bom pé de serra
Intitulado Bananeiras.
Hoje em dia, a D. Marisa
Já tem roça e tem água
Para servir as vidas
Que mais precisarem.
Como hoje é sábado,
É dia de faxina. Ora, eu
E D. Marisa, mãos no arado.
Então, para Deus, não
Tem vida perdida aqui
No planeta Terra,
Onde eu nasci, cresci
E me apaixonei por esta
Mulher que me tirou
Duma profunda loucura,
É óbvio, só por amor.
Mário Querino – Poeta de
Deus
“Submetei-vos pois a Deus,
mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tg 4, 7)
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