sexta-feira, 4 de novembro de 2022

POR QUE NO MUNDO MODERNO, QUANTO MAIS DINHEIRO OS OLHOS CRESCEM MAIS E ENXERGAM MENOS?


 

Mário Querino 04/11/2022

O cara foi ao comércio

Acertar as suas contas,

Quando lá ele chegou

Uma coisa ele apronta,

 

De atitude inteligente

E ainda bem esperta,

Que deixou seu credor

Sim, ali de boca aberta.

 

Como ele era sim um

Amigo de fé e verdade,

Obviamente tinha sua

Grande intimidade.

 

E começaram a contar

Casos sobre o dinheiro

Onde o cara mostrava

Ser digno e verdadeiro  

 

Perante o seu amigo.

Daí então, com gosto

O cara comenta assim:

“Não enxergo pouco

 

Dinheiro, ainda que eu

Ponha um óculos, não

Vejo pouco dinheiro,

Essa é a minha razão

 

De eu vir aqui, amigo.”

Daí começou a colocar

A mão nos bolsos e não

Tirava nada para pagar

 

Sim, seu amigo credor.

O amigo credor via ali

O movimento do cara,

Sem nada do bolso sair.

 

Daí então, inquiriu sim:

“Ó cara, parece que não

Tem nada nos bolsos?

É triste a sua situação!”

 

O cara disse meneando

A sua cabeça assim:

“Eu não vejo dinheiro

Pouco, ainda em mim

 

Tendo óculos feito

Com o elevado grau.”

Daí virou seus bolsos

Perante o pessoal.

 

Obviamente o credor

Inquiriu: “O que fazer

Agora, como acertará

As contas? Ora, você  

 

Não é como eu aqui.”

Daí então pegou sim

Um bolo de dinheiro

E tintim por tintim

 

Lhe mostrou passando

De cédula em cédula,

Por fim ele coloca sim

Numa pasta e carrega

 

Pra guarda num prédio,

Eram uns 50 milhões.

Daí o seu amigo credor

Com suas humilhações

 

Inquiriu ao cara assim:

Você enxergou o meu

Dinheiro?” O cara disse:

“Claro, o tanto do seu,

 

Até um cego enxerga,

Basta dizer o tanto,

Que ele sabe se é sim

Muito. E no entanto,

 

Deixe o meu vale sim,

No mês que vem darei

Todo.” O amigo credor

Disse: “Este perderei,

 

E o que eu devo fazer?

Só este valor não paga,

Dobrado é que pagará?

Que conversa furada!”

 

Amigo, você enxerga

Dinheiro pouco?

E por que nunca para

De enfiar nos bolsos?

 

Ora, quanto mais enfia,

Fica menor o volume.

Mas o que devo fazer,

Se já é velho costume?

 

Mário Querino – Poeta de Deus  

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