quinta-feira, 29 de junho de 2023

QUANDO EU MORRER, NÃO INVENTEM DESCULPAS, CHEGOU MINHA HORA DE VOLTAR AO PÓ, NADA VEM POR ACASO

 


 

Mário Querino 29/06/2023

Às vezes eu penso sim,

Que tenho um coração

De pedra no meu corpo

Que vive sobre o Chão,

 

Sobretudo no Distrito

De Bananeiras, onde eu

Reflito bem e acho que

Eu sou Homem de Deus.

 

Ora, por isso às vezes já

Acho que é de pedra

Sim o meu coração,

E meu espírito entrega

 

Todo o meu proposto

Sim nos casos naturais

Que não dá para evitar,

Pois ninguém é capaz

 

De se sair do perigo.

Ora, desde Adão e Eva,

As coisas começaram

A incidir. Sei, carrega

 

O meu coração isso:

“Nada vem por acaso,

Tudo advirá na vida,

Nada é não, aceitado.

 

E eu como Pedreiro,

Carpinteiro Armador,

Encanador, Eletricista,

Servente, Pintor

 

E tudo mais sim aqui,

Sofrer um acidente,

A ponto de eu morrer,

Eu peço a esta gente

 

Que não invente não,

Nenhuma confusão

Por minha causa aqui

Sobre a face do Chão

 

Onde eu nasci, cresci

Fazendo o melhor.

Se eu morrer na lida,

Será de morte pior?

 

Vão trazer de volta

A minha vida? Não.

Então, deixem os vivos 

Fora dessa confusão.

 

Porque já voltou sim,

Meu corpo ao pó,

Minha alma e espírito

Para um lugar melhor,

 

Mas esse velho corpo

Para nada eu quero.

Por isso com ledice,

Para os vivos espero

 

A continuidade aqui

No Planeta Terra.

Mormente no meu

Amado pé de serra

 

Titulado Bananeiras.

Pois eu não acho

Que isso seja lícito,

Alguém ter espaço

 

E viver condenado,

Só por que eu morri

Por sofrer acidente

De trabalho aqui

 

Ou numa excursão

Que eu tentei fazer, 

E fui sim acidentado

Sem o Guia querer.

 

Agora eu pergunto:

Se prender o patrão

Ou o meu Motorista,

Me tirarão do caixão?

 

Ora, da minha parte,

Quando eu morrer

Não ponham a culpa,

Nos vivos. Por que

 

Já sou cônscio sim,

Que nada vem não,

Por acaso, e ciente

Estou sobre o Chão,

 

Que a Morte é uma

Só, e vem de forma

Diferente para todos,

Com suas normas.

 

Ora, tiro o chapéu

Para quem fugir dela,

No dia em que for

Se deparar com ela.

 

Ora, quem ficar vivo

Vá usufruir sua vida

Com regozijo e gosto,

Pois a minha partida

 

Foi num bom tempo,

Desocupei o espaço

E deixei para outro

Preciso, assim, acho.

 

Por isso eu acho sim,

Que tenho o coração

De pedra neste corpo

Sobre a face do Chão,

 

Onde já vivi 61 anos

Entre torturas e dores.

Por isso eu já peço

A todos os senhores

 

Que, quando me vier

A Morte, reine paz

Entre vivos, ajudem

Se forem capazes,

 

Porque meu corpo,

A minha alma

E o meu espírito,

Não querem nada.

 

E se alguém quiser

Me auxiliar, faça

Sim a sua boa ação

Com alegria e graça

 

Enquanto sou vivo,

Que eu possa sim,

Agradecer em nome

De Jesus. E no fim

 

Deste labor, eu não

Precisarei de mais

Ajuda de ninguém,

Apenas de Deus Pai.

 

Ora, quer me dar

Bom-dia? Dê agora,

Enquanto eu ouço

E rebato com glória.

 

Se quer me dar um

Presente, sua ação

Seja enquanto vivo,

Para eu de coração

 

Agradecer. Quando

Eu morrer, não tem

Mais como eu fruir

Da dádiva também.

 

Ora, enquanto meu

Velho corpo viver,

Deixo o povo ditoso, 

Mas quando morrer,

 

Terão medo de mim.

Então, o corpo só

Vale alguma coisa

Ou se acha o melhor,

 

Enquanto ele estiver 

Vivo sobre este Chão.

Ora, a vida é como

Vela sem a proteção,

 

Quando vem vento

Lhe apaga sem dó.

Então, se conformar

Na Morte... É melhor.

 

Pois ninguém dará

Jeito para o morto

Regressar a sua vida,

Então que os outros

 

Fiquem em paz sem

Condenar ninguém.

Pois se dessem jeito

Não iriam também

 

Morrer, deixando

Tudo que arranjou

Com batalha e suor

Ou com árduo labor.

 

Enquanto a alma

E espíritos já têm

Outro destino,

Gente sempre vem

 

Pondo essa culpa

Em patrão e em

Motorista que sofre

Acidentes também.

 

Mas nunca vai não,

Ficar fora da Morte.

Por isso seja sábio,

E entenda sua Sorte.

 

Ninguém morre não,

Por acaso. Ora, viva

Sem arguir outros,

Porque nossas vidas

 

É como vela exposta

Ao vento, basta ter

Uma facilidade, já foi,

Nada podemos fazer.

 

Por isso eu já acho

Que já tem coração

De pedra em mim,

Sobre a face do Chão.

 

Quem ler este texto

Poético, terá gosto,

E vai comentar sim,

Que sou um louco

 

E existe um coração

De pedra em mim.

Mas eis aí o motivo:

Tintim por tintim

 

Já me torturaram,

Já vivi na rua sem

Comer, sem teto,

E descalço também.

 

Agora, já reconheço

Que a minha vida

Tem amor de Deus

E ainda de D. Marisa.

 

Portanto, a Morte

Não me faz acusar

O meu patrão não,

Nem quem viajar

 

Comigo pela Terra

Afora. Ora, quem for

Bom, se livre sim

Da Morte. Aí eu vou

 

Tirar o chapéu para

Esse ou essa que faz

Acusações quando

Alguém volta ao Pai

 

Que dá alma vivente

Ou o fôlego de vida.

Eu Já pedi por amor

A Mulher, D. Marisa,

 

Se caso, eu regressar

Primeiro ao Pó,

Que toque Roberto,

Carlos, alguns forrós

 

Bartô Galeno, ora,

Vai de uma vez..

Porque eu vou sim,

Ficar com meus pais.

 

Contudo, eu não

Tenho não, pressa,

Pois ainda eu quero

Ser um velho Poeta.

 

Neste vasto Planeta

Intitulado Terra,

Sobretudo no meu

Querido pé de serra

 

Titulado Bananeiras,

Onde eu nasci, cresci  

E já entendo que

Nada nos vem atingir

 

Sem nenhuma causa.

Também acho lindas

As músicas da Cantora

E Pregadora Mara Lima,

 

Pode tocar no meu

Velório sem recear,

Porque se aqui sou

Ditoso, imagina lá...


Mário Querino - Poeta deDeus 

 

“Não se preocupe com o amanhã, faça o bem hoje” (São Pio de Pietrelcina)

   


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