Hoje, parei e pensei:
Para pensar melhor
E localizar algo bom
Que fique ao redor,
Carece eu apreciar
O meu velho corpo,
Às vezes já sentindo
Queimar um pouco
E ficar incomodado,
Mas com paciência
Venho aguentando,
E o coração pensa:
“Um corpo humano
É como carro usado,
Se começar a mexer,
É algo ruim adoidado.
Por isso cara, não vá
Ficar triste na Terra,
Principalmente aqui,
No bom pé de serra
Titulado Bananeiras,
Onde fica localizada
A Chácara Santa Maria
E sua singela casa.
Então, sê forte amigo,
Tudo isso passará,
Pois a vida sempre foi,
Assim, é e assim será.
Quantos anos já tem
Esse seu corpo aqui
No Planeta Terra?
Ora, sempre vão vir
Os problemas sérios,
Mas aguente firme,
Quando isso passar,
Tudo te deixará livre
Das dores, agonias
E tudo mais na Terra,
Sobretudo no bom
E amado pé de serra.
Pois todos nascem,
Crescem e ficam sim
Velhos ou morrem
Antes de verem o fim
Dos anos já preditos
Por Deus Pai, pois
A vida traz surpresa
E sempre assim foi,
É e sempre vai ser.
Então, aceite a dor,
Ainda achando ruim,
Pois o corpo já ficou
Semelhante ao carro
Usado sobre a Terra,
Mormente neste
Querido pé de serra.
Eu, coração, já sei
Que o corpo já está
Com idade avançada,
E a tendência é ficar
Mexido, mexido sim,
A fim de ficar melhor,
Porém, quanto mais
Mexe ficará pior.
É como carro usado,
Que fica carecendo
De peças alheias,
E sempre querendo
Está entre os novos.
Claro, não tiro não,
O seu direito de ficar,
Mas traz interrupção
No movimento sim.
Por isso não faz bem
Viver lamentando
E chorando também,
Porque o tempo já
Passou e velho está
Ficando, sem mais
Poder então andar
Entre os novos sim.
E o que deve fazer?
Claro, se conformar
Até o corpo morrer.
Então, escute a voz
Sincera do coração,
E procure entender
Que tudo neste Chão
Não é para sempre.
Ora, se entender sim,
A voz do coração,
Viverá bem até o fim,
Ainda entre dores,
Altos e baixos. Pois
A vida aqui na Terra
Sempre assim foi,
É e sempre vai ser,
E ninguém mudará
A sorte de ninguém,
Todos vão passar
Pelo triste processo,
Ainda sem querer,
Todos vão da Terra
Um dia desaparecer.
Ora, até Jesus Cristo,
O Filho de Deus Pai,
Passou pelo processo
E não voltou mais,
Quer dizer, até hoje,
Mas estão esperando,
Sobretudo no bom
Cantinho baiano.
Então, agora escute
A voz do coração
E aceite suas dores
E ainda a tribulação
Que sempre virão
Para tirar o gosto
De viver na Terra,
Mas pare um pouco
E raciocine melhor,
Pois só assim vai
Aguentar as dores
E o outro em paz
Cuidará do corpo
Contente e ditoso.
Pois o que já deixa
Este povo nervoso,
É a impaciência, é
A intolerância e sim,
Grito sem ter mais
Resultado. É o fim,
Deste velho corpo,
E quem pode mudar
Deixando ele novo
Para na Terra ficar?
Se o Filho do dono
Deste vasto Universo,
Também teve que
Passar pelo processo,
Você que será aqui
Um cara diferente?
Ouça a voz do coração,
Siga feliz e contente,
Porque Deus já fez
Tudo assim, ninguém
Poderá mudar não,
Acha ruim o que tem?
Sinto muito eu dizer:
Aceite que doe menos,
E querendo ou não,
Assim vai vivendo.”
Ora, eu ouvindo sim,
A voz do coração,
Parece que eu fiquei
Melhor, porque não
Tem não, outra saída,
Ou eu aceito a vida
Que me lava assim
Ao lado de D. Marisa
Ou vou sofrer mais
Incomodando o povo,
Que já sabe que eu
Não ficarei mais novo,
Mesmo eu querendo
Usar peças alheias,
Pois assim, serei uma
Casa feita sobre areia.
Ora, Jesus Cristo já
Falou: “Ninguém
Remenda roupa velha
Com pano novo... Nem
Se põe vinho novo
Em vasilhas de couro
Velhas...” Então, eu
Ser feliz com tesouro
Dos outros, pra mim
A vida não terá não,
Nenhum sentido,
Por isso meu coração
Falou tudo isso para
Mim na madrugada
De sexta-feira,
Aqui na minha casa.
A minha mãe já dizia:
“Morre o cavalo
Para o bem do urubu.”
Diante disso, me calo.
Mário Querino – Poeta de
Deus
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