sexta-feira, 15 de setembro de 2023

É MELHOR ACEITAR DO QUE REZINGAR SEM TER MAIS JEITO

 


 

Mário Querino 15/09/2023

Hoje, parei e pensei:

Para pensar melhor

E localizar algo bom

Que fique ao redor,

 

Carece eu apreciar

O meu velho corpo,

Às vezes já sentindo

Queimar um pouco

 

E ficar incomodado,

Mas com paciência

Venho aguentando,

E o coração pensa:

 

“Um corpo humano

É como carro usado,

Se começar a mexer,

É algo ruim adoidado.

 

Por isso cara, não vá

Ficar triste na Terra,

Principalmente aqui,

No bom pé de serra

 

Titulado Bananeiras,

Onde fica localizada

A Chácara Santa Maria

E sua singela casa.

 

Então, sê forte amigo,

Tudo isso passará,

Pois a vida sempre foi,

Assim, é e assim será.

 

Quantos anos já tem

Esse seu corpo aqui

No Planeta Terra?

Ora, sempre vão vir

 

Os problemas sérios,

Mas aguente firme,

Quando isso passar,

Tudo te deixará livre

 

Das dores, agonias

E tudo mais na Terra,

Sobretudo no bom

E amado pé de serra.

 

Pois todos nascem,

Crescem e ficam sim

Velhos ou morrem

Antes de verem o fim

 

Dos anos já preditos

Por Deus Pai, pois

A vida traz surpresa

E sempre assim foi,

 

É e sempre vai ser.

Então, aceite a dor,

Ainda achando ruim,

Pois o corpo já ficou

 

Semelhante ao carro

Usado sobre a Terra,

Mormente neste

Querido pé de serra.

 

Eu, coração, já sei

Que o corpo já está

Com idade avançada,

E a tendência é ficar

 

Mexido, mexido sim,

A fim de ficar melhor,

Porém, quanto mais

Mexe ficará pior.

 

É como carro usado,

Que fica carecendo  

De peças alheias,

E sempre querendo

 

Está entre os novos.

Claro, não tiro não,

O seu direito de ficar,

Mas traz interrupção  

 

No movimento sim.

Por isso não faz bem

Viver lamentando

E chorando também,

 

Porque o tempo já

Passou e velho está

Ficando, sem mais

Poder então andar

 

Entre os novos sim.

E o que deve fazer?

Claro, se conformar

Até o corpo morrer.

 

Então, escute a voz

Sincera do coração,

E procure entender

Que tudo neste Chão

 

Não é para sempre.

Ora, se entender sim,

A voz do coração,

Viverá bem até o fim,

 

Ainda entre dores,

Altos e baixos. Pois

A vida aqui na Terra

Sempre assim foi,

 

É e sempre vai ser,

E ninguém mudará

A sorte de ninguém,

Todos vão passar

 

Pelo triste processo,

Ainda sem querer,

Todos vão da Terra

Um dia desaparecer.

 

Ora, até Jesus Cristo,

O Filho de Deus Pai,

Passou pelo processo

E não voltou mais,

 

Quer dizer, até hoje,

Mas estão esperando,

Sobretudo no bom

Cantinho baiano.

 

Então, agora escute

A voz do coração

E aceite suas dores

E ainda a tribulação

 

Que sempre virão

Para tirar o gosto

De viver na Terra,

Mas pare um pouco

 

E raciocine melhor,

Pois só assim vai

Aguentar as dores

E o outro em paz

 

Cuidará do corpo

Contente e ditoso.

Pois o que já deixa  

Este povo nervoso,

 

É a impaciência, é

A intolerância e sim,

Grito sem ter mais

Resultado. É o fim,

 

Deste velho corpo,

E quem pode mudar

Deixando ele novo

Para na Terra ficar?

 

Se o Filho do dono

Deste vasto Universo,

Também teve que

Passar pelo processo,

 

Você que será aqui

Um cara diferente?

Ouça a voz do coração,

Siga feliz e contente,

 

Porque Deus já fez

Tudo assim, ninguém

Poderá mudar não,

Acha ruim o que tem?

 

Sinto muito eu dizer:

Aceite que doe menos,

E querendo ou não,

Assim vai vivendo.”

 

Ora, eu ouvindo sim,

A voz do coração,

Parece que eu fiquei

Melhor, porque não

 

Tem não, outra saída,

Ou eu aceito a vida

Que me lava assim

Ao lado de D. Marisa

 

Ou vou sofrer mais

Incomodando o povo,

Que já sabe que eu

Não ficarei mais novo,

 

Mesmo eu querendo

Usar peças alheias,

Pois assim, serei uma

Casa feita sobre areia.

 

Ora, Jesus Cristo já

Falou: “Ninguém

Remenda roupa velha

Com pano novo... Nem

 

Se põe vinho novo

Em vasilhas de couro

Velhas...” Então, eu

Ser feliz com tesouro

 

Dos outros, pra mim

A vida não terá não,

Nenhum sentido,

Por isso meu coração

 

Falou tudo isso para

Mim na madrugada

De sexta-feira,

Aqui na minha casa.

 

A minha mãe já dizia:

“Morre o cavalo

Para o bem do urubu.”

Diante disso, me calo.

 

Mário Querino – Poeta de Deus  

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