sexta-feira, 22 de setembro de 2023

NA SOMBRA DA MANGUEIRA

 


Mário Querino 22/09/20/23


Debaixo da mangueira

Olhando outras árvores,

Admirando a serra

E sentindo brisa suave,

 

Claro, redigindo poesia.

O sol estava quente,

Porém, esta mangueira

Já dá sombra pra gente.

 

Ora, não há felicidade

Melhor do que esta,

Sobretudo pra gente

Com o dom de Poeta.

 

Hoje, o que pedir mais

Ao Senhor Deus aqui?

Somente o necessário,

É o que almejo pedir.

 

A final de contas, eu

Estou chegando ao fim

Desta árdua jornada,

E que Deus dê a mim

 

Paciência, tolerância,

Paz, amor, gratidão,

Alacridade, sabedoria

Inteligência, direção,

 

E tudo que me edifica

Hoje e durante a vida

Que eu tiver na Terra

Com amigos e amigas,

 

Pois o resto ainda eu

Posso e devo fazer.

Por isso estou aqui

Para então agradecer

 

Por este pé de manga

Que me dá sombra,

E pelas outras árvores

Que este olhar sonda

 

E percebe sua beleza.

Sentado na cadeira

E escrevendo poesia

Debaixo da mangueira,

 

Já perto de meio-dia,

Obviamente D. Marisa

Vai logo, logo gritar:

“Está pronta a comida,

 

Vem logo, meu amor,

Após voltas a escrever,

Contudo, agora já é

Seu horário de comer!”  

 

Daí eu sem querer

Deixar a sombra boa,

Dou sim uma maçada

Para a minha Varoa.

 

Ora, sem dúvida, ela

Vai gritar de novo:

“Vem logo almoçar,

Que canto deleitoso

 

É esse onde está?”  

Daí para eu não fazer

A D. Marisa se irritar,

Eu vou então comer.

 

Porém a mangueira

Continua esperando,

Pois ela ama Poeta,

Mormente baiano.

 

E eu já sendo Poeta

Nato de Bananeiras,

Cresci amando sim

As boas mangueiras.

 

Ora, quem não ama?

Elas dão sim, sombra

Fruto e ainda grana.

Se não amar é ruim...

 

Mário Querino – Poeta de Deus

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