Debaixo da mangueira
Olhando outras árvores,
Admirando a serra
E sentindo brisa suave,
Claro, redigindo poesia.
O sol estava quente,
Porém, esta mangueira
Já dá sombra pra gente.
Ora, não há felicidade
Melhor do que esta,
Sobretudo pra gente
Com o dom de Poeta.
Hoje, o que pedir mais
Ao Senhor Deus aqui?
Somente o necessário,
É o que almejo pedir.
A final de contas, eu
Estou chegando ao fim
Desta árdua jornada,
E que Deus dê a mim
Paciência, tolerância,
Paz, amor, gratidão,
Alacridade, sabedoria
Inteligência, direção,
E tudo que me edifica
Hoje e durante a vida
Que eu tiver na Terra
Com amigos e amigas,
Pois o resto ainda eu
Posso e devo fazer.
Por isso estou aqui
Para então agradecer
Por este pé de manga
Que me dá sombra,
E pelas outras árvores
Que este olhar sonda
E percebe sua beleza.
Sentado na cadeira
E escrevendo poesia
Debaixo da mangueira,
Já perto de meio-dia,
Obviamente D. Marisa
Vai logo, logo gritar:
“Está pronta a comida,
Vem logo, meu amor,
Após voltas a escrever,
Contudo, agora já é
Seu horário de comer!”
Daí eu sem querer
Deixar a sombra boa,
Dou sim uma maçada
Para a minha Varoa.
Ora, sem dúvida, ela
Vai gritar de novo:
“Vem logo almoçar,
Que canto deleitoso
É esse onde está?”
Daí para eu não fazer
A D. Marisa se irritar,
Eu vou então comer.
Porém a mangueira
Continua esperando,
Pois ela ama Poeta,
Mormente baiano.
E eu já sendo Poeta
Nato de Bananeiras,
Cresci amando sim
As boas mangueiras.
Ora, quem não ama?
Elas dão sim, sombra
Fruto e ainda grana.
Se não amar é ruim...
Mário Querino – Poeta de Deus
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