Hoje eu tive um sonho,
O qual me deixa triste,
E outro sonho assim,
Penso que não existe.
Ora, após ás 22 horas
Eu me deitei ditoso,
Logo peguei sim, num
Sono bem gostoso.
Eu sonhei que havia
Um senhor que tinha
Feito uma pequena
Roça sim, pequeninha,
Só para ter uns aipins
Para comer cozido.
Daí passou por lá
Um dos seus amigos
Que, vendo a roça
De aipim, sua alma
Desejou arrancar
Uns pés, com calma
O cara não arrancou,
Contudo, cavou sim,
O chão pra arrancar
As raízes do aipim,
De forma camuflada,
Para o dono da roça
Não intuir que foram
Tiradas. O senhor nota
Que os pés de aipins
Tinham sido mexidos,
Quando ele averigua
A câmara, um amigo
Estava registrado sim,
Na câmara. Daí ele foi
Fazer um susto sim,
Só para que, depois
Ele não ir mais mexer
Em sua roça sem falar
Com o dono. O que fez
O senhor? Ora, foi lá
Na Delegacia e contou
Tudo tintim por tintim
Sobre o cara que foi
Mexer em seus aipins.
Porém, o senhor não
Disse que tinha visto
Seu amigo mexendo,
Para o Delegando isso
Não fazer com o cara:
“Fazê-lo pagar o valor,
Deixando-lhe abatido
Pelo que ele praticou.”
Ora, com inteligência
E sabedoria, o senhor
Fez a sua boa queixa
Sim perante o Doutor:
“Sr. Delegado Fulano,
Fiz uma roça de aipim,
Não tão grande não,
É somente para mim
E minha Companheira
Fazer alguns cozidos,
E ao amanhecer o dia
Percebi pés mexidos.
Então, Sr. Delegado,
Eu queria saber o que
Devo fazer para não
Ver ninguém mexer
Na minha roça, pois
Não quero fazer não,
Aqui na Terra Justiça
Com as próprias mãos.”
O Delegado já vendo
Que era uma causa
Sem nenhum futuro,
Disse: “Ora, eu nada
Posso fazer, pois ele
Estaria com fome,
E intuo que o senhor
É um bom Homem
E não vai fazer não,
Nenhum conflito.”
O senhor objetou:
“Achas que é bonito,
Eu fazer uma roça,
Ficar 6 meses dela
Cuidando debaixo
De sol e chuva e ela
Na hora de me dar
O seu fruto, o cara
Vir comer primeiro?
Doutor é coisa rara,
Mas preciso tomar
Uma providência,
O Sr. Delegado deixa,
Eu usar a inteligência
Para eu poder evitar
O cara comer meu
Aipim? Ora, se foi
Um peba animal, seu
Direto é justo sim
No Planeta Terra,
Sobretudo no meu
Amado pé de serra,
Mas se for um peba
Gente, eu não posso
Aceitar, pois o certo
Era pedir. E eu gosto
Muito de servir sim,
Mas mexer sem ter
A permissão, eu já
Vou procurar fazer
Alguma coisa para
Eu evitar o cara ir
Camuflado carregar
Os aipins. Vou pedir
Ao Sr. Delegado sim,
Que me dê uma Carta
Branca para eu fazer
Justiça, porque achas
Que não terá futuro
O cara pagar aipim,
Por ser um motivo
De fome. Para mim
Isso não se justifica,
Pois ele pode pedir
E sou muito Homem
Para lhe dar aqui
Até cesto de raízes
Para ele comer sim.
Então, se o senhor
Assim fala pra mim,
Eu vou fazer Justiça
Como eu sei fazer.
Agora, não vá depois
Querer tudo resolver.
Pois o que for feito
Não votará mais,
Então, eu só quero
Decidir tudo na paz.
Ora, se for um peba
Animal, que já está
Mexendo nos aipins,
Trá-lo-ei sim pra cá
E vamos fazer sim
O gostoso pirão dele,
E se for peba gente,
Podes ficar com ele.”
O senhor começou
A colocar armadilhas,
Dentro da sua roça,
Fora e nas trilhas.
Eu não devo contar
O final deste caso,
Senão, ficará sem
Graça pro Delegado.
Mário Querino – Poeta de Deus
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