quinta-feira, 25 de abril de 2024

ESTÁS COM FOME? PEÇA QUE ALGUÉM LHE DARÁ O QUE COMER

 


 

Mário Querino 25/04/2024

Hoje eu tive um sonho,

O qual me deixa triste,

E outro sonho assim,

Penso que não existe.

 

Ora, após ás 22 horas

Eu me deitei ditoso,

Logo peguei sim, num

Sono bem gostoso.

 

Eu sonhei que havia

Um senhor que tinha

Feito uma pequena  

Roça sim, pequeninha,

 

Só para ter uns aipins

Para comer cozido.

Daí passou por lá

Um dos seus amigos

 

Que, vendo a roça

De aipim, sua alma

Desejou arrancar

Uns pés, com calma

 

O cara não arrancou,

Contudo, cavou sim,

O chão pra arrancar

As raízes do aipim,

 

De forma camuflada,

Para o dono da roça

Não intuir que foram

Tiradas. O senhor nota

 

Que os pés de aipins

Tinham sido mexidos,

Quando ele averigua

A câmara, um amigo

 

Estava registrado sim,

Na câmara. Daí ele foi

Fazer um susto sim,

Só para que, depois

 

Ele não ir mais mexer

Em sua roça sem falar

Com o dono. O que fez

O senhor? Ora, foi lá

 

Na Delegacia e contou

Tudo tintim por tintim

Sobre o cara que foi

Mexer em seus aipins.

 

Porém, o senhor não

Disse que tinha visto

Seu amigo mexendo,

Para o Delegando isso

 

Não fazer com o cara:

Fazê-lo pagar o valor,

Deixando-lhe abatido

Pelo que ele praticou.

 

Ora, com inteligência

E sabedoria, o senhor

Fez a sua boa queixa

Sim perante o Doutor:

 

“Sr. Delegado Fulano,

Fiz uma roça de aipim,

Não tão grande não,

É somente para mim

 

E minha Companheira

Fazer alguns cozidos,

E ao amanhecer o dia

Percebi pés mexidos.

 

Então, Sr. Delegado,

Eu queria saber o que

Devo fazer para não

Ver ninguém mexer

 

Na minha roça, pois

Não quero fazer não,

Aqui na Terra Justiça

Com as próprias mãos.”

 

O Delegado já vendo

Que era uma causa

Sem nenhum futuro,

Disse: “Ora, eu nada

 

Posso fazer, pois ele

Estaria com fome,

E intuo que o senhor

É um bom Homem

 

E não vai fazer não,

Nenhum conflito.”

O senhor objetou:

Achas que é bonito,

 

Eu fazer uma roça,

Ficar 6 meses dela

Cuidando debaixo

De sol e chuva e ela

 

Na hora de me dar

O seu fruto, o cara

Vir comer primeiro?

Doutor é coisa rara,

 

Mas preciso tomar

Uma providência,

O Sr. Delegado deixa,

Eu usar a inteligência

 

Para eu poder evitar

O cara comer meu

Aipim? Ora, se foi

Um peba animal, seu

 

Direto é justo sim

No Planeta Terra,

Sobretudo no meu

Amado pé de serra,

 

Mas se for um peba

Gente, eu não posso

Aceitar, pois o certo

Era pedir. E eu gosto

 

Muito de servir sim,

Mas mexer sem ter

A permissão, eu já  

Vou procurar fazer

 

Alguma coisa para

Eu evitar o cara ir

Camuflado carregar

Os aipins. Vou pedir

 

Ao Sr. Delegado sim,

Que me dê uma Carta

Branca para eu fazer

Justiça, porque achas

 

Que não terá futuro

O cara pagar aipim,

Por ser um motivo

De fome. Para mim

 

Isso não se justifica,

Pois ele pode pedir

E sou muito Homem

Para lhe dar aqui

 

Até cesto de raízes

Para ele comer sim.

Então, se o senhor

Assim fala pra mim,

 

Eu vou fazer Justiça

Como eu sei fazer.

Agora, não vá depois

Querer tudo resolver.

 

Pois o que for feito

Não votará mais,

Então, eu só quero

Decidir tudo na paz.

 

Ora, se for um peba

Animal, que já está

Mexendo nos aipins,

Trá-lo-ei sim pra cá

 

E vamos fazer sim

O gostoso pirão dele,

E se for peba gente,

Podes ficar com ele.”

 

O senhor começou

A colocar armadilhas,

Dentro da sua roça,

Fora e nas trilhas.

 

Eu não devo contar

O final deste caso,

Senão, ficará sem

Graça pro Delegado.

 

Mário Querino – Poeta de Deus  

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