sexta-feira, 19 de abril de 2024

POR CAUSA DE UM ASPECTO, DEIXAMOS DE FAZER UM BOM NEGÓCIO


Mário Querino 19/04/2024

 

Nesta noite eu tive

Um sonho e vou sim,

Escrevê-lo pra vocês,

Tintim por tintim,

 

Pois é interessante

O sonho que eu tive,

E posso contar sim

Por ser gente livre.

 

Então, assim sonhei:

Um senhor da Zona

Rural foi à cidade,

E lá tudo ele sonda

 

Pra poder comprar

O que ele precisava.

Ora como ele vinha

De onde trabalhava,

 

Certamente chegou

Com a roupa suja,

Um chapéu de palha,

É claro, sem dúvida,

 

Todo maltrapilho.

E sem propaganda,

Eu digo que o cara,

Estava de havaiana.

 

Daí ele entrou feliz,

Numa loja, só a fim

De comprar algo,

E perguntou assim:

 

“Tem este material?”

O empregado olhou

Pro aspecto do cara

E assim lhe objetou:

 

“Tem não, seria muito?”

E ele com humildade

Assim lhe respondeu:

“Só 2.000 unidades.”

 

Ora, seria um negócio

Muito bom pro dono

Da loja. Mas o aspecto

Do cara no abandono

 

Deixou-lhe ali na loja.

Ora, o cara procurou

Sim em outras lojas,

E nada ali encontrou.

 

O cara desconfiado

Voltou pro seu lugar

E ao chegar teve sim,

A noção pra pensar:

 

“Pedirei ao um amigo

Meu pra ligar e saber

Se tem esse material

Nessas lojas, por que

 

Achei entranho sim,

Não encontrar não,

O que eu queira lá

Onde o meu coração

 

Desejou algo obter.”

Daí o seu amigo fez

A ligação na boa sim,

Realmente, dessa vez

 

Nas boas lojas que

Não havia o material

Para o cara comprar,

O amigo encontrou,

 

E o servidor inquiriu:

“Quantas unidades

O senhor quer obter?”

Ele disse: “A quantidade

 

Não será muita não,

Somente umas 2.000

Unidades.” O servidor

Falou: “O que pediu,

 

Para que dia já quer?”

O amigo respondeu:

“Para amanhã se for

Possível.” Daí ele deu

 

O endereço sim,

Do amigo que não

Foi bem atendido lá

Pela interpretação

 

De não ter aparência

De gente que traz

Muitos reais no bolso.

Mas um servidor faz

 

A entrega do material

Na casa do maltrapilho,

E comenta bem assim:

“Aqui é bem tranquilo,

 

E o espaço é agradável,

Parece até um paraíso!”

O cara respondeu sim,

Pra ele com um sorriso:

 

“Ainda ontem, eu fui

Na sua cidade só a fim

De comprar esse bom

Material, e para mim

 

Ninguém vendeu não,

Acharam que eu era

Um louco na cidade

Do meu pé de serra.

 

Mas graças ao Senhor

Que eu ainda tenho

Amigos para comprar

O que sempre venho

 

Almejando no Planeta

Intitulado Terra,

Sobretudo no meu

Amado pé de serra.

 

Quando me acordei,

Fiquei sim, pensativo,

E intuí sim o aforismo  

Dos ternos amigos

 

Que por um aspecto

Deixam a gente fora

Dum negócio à vista

Ou dinheiro na hora.

 

Mas tudo bem, bom

É a gente ter amigo,

Para fazer o negócio

Ao sermos excluídos

 

Por causa do aspecto.

Ora, resolvi escrever

Este texto, para exibir

Modo de a gente ser

 

Sim no vasto Planeta

Intitulado Terra,

Sobretudo no meu

Querido pé de serra

 

Bananeiras, onde

Nasci, cresci e a vida

Faz-me sempre sonhar

Ao lado de D. Marisa.

 

Mário Querino – Poeta de Deus   

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