Nesta noite eu tive
Um sonho e vou sim,
Escrevê-lo pra vocês,
Tintim por tintim,
Pois é interessante
O sonho que eu tive,
E posso contar sim
Por ser gente livre.
Então, assim sonhei:
Um senhor da Zona
Rural foi à cidade,
E lá tudo ele sonda
Pra poder comprar
O que ele precisava.
Ora como ele vinha
De onde trabalhava,
Certamente chegou
Com a roupa suja,
Um chapéu de palha,
É claro, sem dúvida,
Todo maltrapilho.
E sem propaganda,
Eu digo que o cara,
Estava de havaiana.
Daí ele entrou feliz,
Numa loja, só a fim
De comprar algo,
E perguntou assim:
“Tem este material?”
O empregado olhou
Pro aspecto do cara
E assim lhe objetou:
“Tem não, seria muito?”
E ele com humildade
Assim lhe respondeu:
“Só 2.000 unidades.”
Ora, seria um negócio
Muito bom pro dono
Da loja. Mas o aspecto
Do cara no abandono
Deixou-lhe ali na loja.
Ora, o cara procurou
Sim em outras lojas,
E nada ali encontrou.
O cara desconfiado
Voltou pro seu lugar
E ao chegar teve sim,
A noção pra pensar:
“Pedirei ao um amigo
Meu pra ligar e saber
Se tem esse material
Nessas lojas, por que
Achei entranho sim,
Não encontrar não,
O que eu queira lá
Onde o meu coração
Desejou algo obter.”
Daí o seu amigo fez
A ligação na boa sim,
Realmente, dessa vez
Nas boas lojas que
Não havia o material
Para o cara comprar,
O amigo encontrou,
E o servidor inquiriu:
“Quantas unidades
O senhor quer obter?”
Ele disse: “A quantidade
Não será muita não,
Somente umas 2.000
Unidades.” O servidor
Falou: “O que pediu,
Para que dia já quer?”
O amigo respondeu:
“Para amanhã se for
Possível.” Daí ele deu
O endereço sim,
Do amigo que não
Foi bem atendido lá
Pela interpretação
De não ter aparência
De gente que traz
Muitos reais no bolso.
Mas um servidor faz
A entrega do material
Na casa do maltrapilho,
E comenta bem assim:
“Aqui é bem tranquilo,
E o espaço é agradável,
Parece até um paraíso!”
O cara respondeu sim,
Pra ele com um sorriso:
“Ainda ontem, eu fui
Na sua cidade só a fim
De comprar esse bom
Material, e para mim
Ninguém vendeu não,
Acharam que eu era
Um louco na cidade
Do meu pé de serra.
Mas graças ao Senhor
Que eu ainda tenho
Amigos para comprar
O que sempre venho
Almejando no Planeta
Intitulado Terra,
Sobretudo no meu
Amado pé de serra.”
Quando me acordei,
Fiquei sim, pensativo,
E intuí sim o aforismo
Dos ternos amigos
Que por um aspecto
Deixam a gente fora
Dum negócio à vista
Ou dinheiro na hora.
Mas tudo bem, bom
É a gente ter amigo,
Para fazer o negócio
Ao sermos excluídos
Por causa do aspecto.
Ora, resolvi escrever
Este texto, para exibir
Modo de a gente ser
Sim no vasto Planeta
Intitulado Terra,
Sobretudo no meu
Querido pé de serra
Bananeiras, onde
Nasci, cresci e a vida
Faz-me sempre sonhar
Ao lado de D. Marisa.
Mário Querino – Poeta de Deus
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