Hoje eu tive um sonho
Que me deixou atento,
A ponto de eu mudar
Os meus pensamentos.
Sonhei que eu estava
Na porta de casa com
A minha Varoa vendo
A rua, e veio algo bom
Em nossa direção sim,
Algo que me deixou
Ditoso e mais amável.
Meu vizinho chegou
Junto ao nosso portão
E me entregou algo
Dentro dum saquinho,
Olhei sim, disfarçado,
E vi que era algo sim,
Branco como se fosse
Uma camiseta. Como
O dia já se ia e a noite
Chegava a D. Marisa
Perguntou-me assim:
“O que é isso?” Eu disse:
Lenço que deu a mim.
O meu vizinho Guarda
Municipal, ficou ali sim,
Esperando eu retirar
Do saquinho, só a fim
De notar a minha ação
Ao receber o presente.
Daí a D. Marisa pediu
A mim delicadamente
Pra eu retirar algo que
Auferi num saquinho
Do Guarda Municipal,
Que era meu vizinho.
Sem muita pressa, eu
Abri o saquinho e tirei
O melhor presente
Que até hoje, ganhei.
Pois era uma camiseta
Com algumas citações
Sobre a Palavra de Deus,
Que todas as religiões
Já estavam idealizando
Para a sua turma usar
Quando forem à Igreja.
Já queriam uniformizar
As instituições devotas
Ao nosso Senhor Deus.
Daí eu subi pela rua
São José e vi sim, meu
Primo que é Pregador,
Na porta dum Templo
Que não era da sua
Denominação. Atento
Eu contemplei a sua
Camiseta e vi que era
Da mesma que eu
Ganhei no pé de serra
Intitulado Bananeiras
Onde eu nasci, cresci
Estudando na Escola
Onde sempre vesti
Camiseta como farda.
E até hoje, as Escolas
Ainda exigem roupas
Iguais até ficar a hora
Determinada por seu
Diretor. Ora, agora, eu
Inquiro ao inteligente
E sábio perante Deus:
A Igreja é uma Escola?
O objetivo da Igreja
É ensinar a Palavra
De Deus a quem deseja?
É Instituição Educativa?
Por que não há também
Uniforme na hora
De Culto ou Missa? Tem
Alguma diferença entre
Uma Instituição Escolar
Pública ou Privada,
Que faz sua turma usar
Farda para deixar todos
Numa posição igual?
Qual motivo de crente
Ficar entre esse pessoal,
Cada qual mais chique,
A ponto de os fracos
Não receberem felizes
Um caloroso abraço?
Se todas as instituições
Já exigem farda para
Não sabemos quem é
Quem no setor, ó cara,
Por que a Igreja sendo
Uma Instituição, não
É assim também aqui
No Orbe titulado Chão?
Os pregadores dizem
Que no Céu as roupas
São todas brancas.
Por que há essa louca
Mistura de roupa aqui
Na Igreja, se já somos
Cidadãos do Céu?
Eu e D. Marisa pomos
A nossa fé num Deus
Que nos dá igualdade,
Ela sendo Mulher e eu
Sendo Homem, Idade
Diferente, mas temos
O mesmo objetivo.
Então, se as igrejas
São centros educativos,
Deveriam ter fardas
Como têm as outras
Instituições de ensino
E de labor. Essa louca
Mistura de trajes sim,
Deixa o povo de Deus
Preconceituoso no Orbe
Dentro o Templo seu.
Meu primo Pregador
Que estava defronte
De um Templo fora
Da excelente fonte
Que ele busca Deus
E procura ensinar
A todos que almejam
Da Fonte desfrutar,
Estava ali certamente.
Essa desigualdade
Acabaria nas igrejas
Onde a simplicidade
Deveria reinar na boa,
E não, essa ostentação
Que causa preconceito
Entre nossos irmãos.
Então, depois do sonho
Deu-me vontade de ser
Um membro de Igreja,
Porém, como a gente vê,
Eu prefiro ficar de fora
Na beira do caminho
Esperando Jesus Cristo
Passar por aqui sozinho,
Pois do jeito que vejo,
Jesus Cristo terá receio
De ficar entre o povo,
Porque eu aqui creio
Que Ele não vem assim,
Como dizem nas igrejas.
Ora, a camiseta era
Simples, mas já deseja
O meu coração tê-la,
Para eu vestir quando
Jesus Cristo chegar
No cantinho baiano.
Ora, ninguém vai não,
Saber se sou Teólogo,
Professor, Poeta, e sim,
Artífice. Sei que logo,
Eu serei reconhecido
Por Jesus Cristo,
Aqui neste pé de serra,
Meu amado Distrito
Titulado Bananeiras
Onde eu nasci, cresci
E vivo na simplicidade
Com a Mulher que vi
Em 1982, e até hoje vivo
Ao seu lado, pelo amor
Dessa Mulher querida
Que com fé aceitou
Esse cara muito louco
E Poeta de Deus,
Que escreve todo dia,
E esse cara sou eu.
Ora, escrevi este texto
Ouvindo Elis Silva,
Mormente Soldado
Ferido, é coisa da vida!
Mário Querino – Poeta de
Deus
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