Tem gente que acha
Que o amor traz
Só conforto e alegria
Para todos os casais.
Mas tudo é engano,
É apenas visão ótica,
Porque no meu ideal,
O amor sempre gosta
De nos fazer sofrer,
E só sofre quem ama.
Acha que uma jovem
Que tem uma fama
E é rica, vai amar
Um rapaz pobretão?
É claro que não vai,
Sem uma boa visão.
Só amará de gosto,
Se tiver uma visão,
Diferente na Terra.
Se Jesus neste Chão
Viesse como já veio,
A Igreja Lhe aceitaria
Na boa, com prazer,
Paz, amor e alegria?
Ora, acho que não.
Os religiosos na Terra
Sobretudo no meu
Amado pé de serra,
Sem julgar ninguém,
Não aceitariam Cristo,
Caso, Ele viesse aqui
No meu bom Distrito
De Bananeiras, lugar
Que eu já conheço
Muito bem, pois aqui
Nasci, cresci e mereço
Sofrer sim, por amor
A esta vida na Terra,
Mormente no meu
Querido pé de serra.
Por que se amar é
Um sofrimento aqui
Na Terra, eu sofro
Desde quando nasci,
E não posso rezingar
De nada nesta vida
Que me leva ao lado
Da Mulher, D. Marisa,
Que me aceitou sem
Medo de sofrer sim.
Pois amar um louco
E tintim por tintim
Aguentar as loucuras
Desse cara que Deus
Deu-lhe, é muito amor,
E esse cara sou eu.
Ora, para aguentar
Preconceito, ironia,
Descaso e pobreza,
Deve tomar todo dia
Uma dose de paz,
De amor, de ternura,
De gratidão e ter fé
Nas suas aventuras.
Pois uma jovem que
Ama um louco, está
Só a fim de cuidar
Dele, e quer só amar,
Amar, amar e nada
Mais nesta vida.
Por isso sou louco
Sim, por D. Marisa.
Ora, não quero citar
Neste texto poético,
Que não exista amor
Em gente de sucesso,
Existe sim, mas entre
As pessoas que são
Viventes nesta Terra,
Com o mesmo padrão
De vida. Porque até
Uma jovem descobrir
O amor de um pobre,
Ela precisa engolir
Abusões sim, de pais,
De irmãos, da Família
E, sobretudo de amigos
Que má fé partilham.
É por isso que o amor
Raramente atua
Entre pobres e ricos,
Porque a postura sua
É voluntária. O amor
Não obriga ninguém
Aceitar-lhe nem lhe
Dar não, para alguém.
Quer amar? Procure
Se entregar de corpo,
Alma e de coração,
Por isso este louco
É amado por pessoa
Cega, muda e surda,
Para não ver a sua
Loucura, sem duvida,
Para não falar algo
Sobre a sua postura
Nem ficar ouvindo
Sobre a sua loucura.
Então, o amor existe,
Mas para quem crê.
Não julgo o coração
Que vive em você,
Por que você pode
Amar, porém, aceitar
Depende dos outros,
E de você aventurar.
Se a D. Marisa tivesse
Ouvido minha Família,
A Família dela e amigos,
Ela na minha trilha
Não estaria andando
Agora ao meu lado,
Nem eu estaria assim
Por ela apaixonado.
Então, o amor é sim,
Um cara sofredor,
Somente fica consigo
Quem aguentar a dor,
Dor do preconceito,
Dor da caçoada,
Dor do menosprezo,
Dor por não ter nada,
Dor do descaso sim,
Dor da discriminação,
Dor da loucura e dor
Da encarcerada paixão.
Ora, quem quer amar
Deve encarar tudo isso,
Se não, o amor não
Será assim tão bonito
Entre os namorados
E sim, entre os casais.
Por isso eu amo sim,
D. Marisa, até demais.
Amor nunca é demais,
Quanto mais ama, tem
Vontade de amar sim,
Pois amar só faz bem.
Mário Querino – Poeta de Deus
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