domingo, 12 de junho de 2011

VELHINHA PIEDOSA

Pesquisada no Google

Vou contar uma história
De uma velhinha piedosa,
O nome dela era Glória,
E ela sabia ser amorosa.

Glória morava em Bananeiras,
Município de Pindobaçu,
Ela ficava a vida inteira
Conversando com Artur.

Artur era um tio meu,
Eu conversava muito com ele,
Um dia ele perdeu
A companheira dele

E ficou ali sozinho,
Glória já tinha saído
A procura de seus filhinhos
Que há tempo tinham partido

Para a cidade de São Paulo.
Então Glória chegou
Com as mãos de calos
E ali ela falou:

“Meus queridos filhinhos,
Quantas saudades!
Deixei meus amiguinhos
E vim para esta cidade.

Como aqui é diferente,
Tantos arranha-céus,
Como mora tanta gente
Aqui em São Miguel!

Como aqui é legal
Para se morar!
Só não tem matagal
Para a gente contemplar.

Mas tem outras novidades,
Tem muitos arranha-céus
No centro da cidade
E aqui em São Miguel.”

Glória ficou admirada
Com o seu jeito caipira,
Depois de acostumada
Disse: “Aqui a gente respira

Uma poluição danada,
Vou passear na Bahia,
Minha terra amada
Que deixei há muitos dias.”

Chegou a hora de partir
Para o seu sertão
E disse: “Voltarei aqui
Para respirar a poluição.”

Glória chegou à Bahia
E contou para o povo
Que sentiu muita alegria
Mas ia voltar de novo

Para a cidade de São Paulo.
Passou trinta dias
Recordando seus calos
No sertão da Bahia.

Glória chegou à São Miguel
E falou para os amigos:
“Só Deus do Céu
Vai ouvir o meu pedido.

Eu quero sempre visitar
O meu querido sertão,
Sei que não esquecerá
O meu terno coração.”

Glória passou um tempo
Longe da Bahia,
Depois veio no pensamento
O que ela mais queria.

Glória perdeu a condição
De voltar à sua terra,
Ela perdeu a visão
Mas lembrava da serra

Que existe em Bananeiras,
Glória só ficou na vontade
E pensando a vida inteira
Naquela grande cidade.

Glória ficou muito doente
E depois faleceu,
Não viu mais a sua gente
Que deixou no sertão seu.

Mário Querino – Poeta de Deus

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