Poeta Mário Querino 21/02/2019 |
Eu cheguei num lugar
E falei um pouco mais
Alto, como costume
De meus amados pais.
Que aprenderam sim,
De seus antepassados.
Um pregador ilustre
Que cria ser educado,
Repreendeu dizendo:
"Cara, fala mais baixo,
Não precisa você falar
Neste espaço, tão alto."
Ora, aceitei numa boa
Pois atendo aos metres.
Aprendi de meus pais,
A sujeição me enaltece.
Pois bem, o espeço era
Campo vasto e aberto,
A minha voz era livre
E não despontava o eco.
Nem impedia animais,
Insetos, répteis, peixes,
Aves, vegetais e gente
Que redarguia: "Deixes
É a cultura desse cara,
De falar sim, sem medo.
Tudo que ele falou
Não é nenhum segredo.
Vemos que o senhor é
Um homem civilizado,
Contudo, fala tão alto
Num Templo fechado,
Que incomoda a todos
Do povoado, achando
Que Deus é surdo
Ou ainda está atuando
Em outro lugar longe.
Por que privas o cara
Que conta contos bons
E só sobre nós fala?
Ele lembra da Natureza
Humana e animal sim,
Ele lembra dos vegetais
Tintim por tintim,
E de todo o Universo.
Não acho que ele fale
Assim descomedido,
Bom é que não se cale,
Senão as pedras vão
Falar sim, em seu lugar.
O senhor fala mais alto
Aonde não deveria falar.
Pois Deus não é surdo
Para não ouvir palavras
Controladas e suaves,
Numa casa fechada,
Como é o seu Templo.
Então, deixes o cara falar
O que sente o coração,
É bem amplo este lugar."
- Mário Querino – Poeta de Deus
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